Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
congresso

Parecer mantém conceito de família tradicional

Voto contraria grupos LGBT, que querem inclusão de casais homoafetivos na definição de família

Diego Garcia nega que voto se baseie em perspectivas religiosas. | Gustava Lima/Câmara dos Deputados
Diego Garcia nega que voto se baseie em perspectivas religiosas. (Foto: Gustava Lima/Câmara dos Deputados)

O deputado federal paranaense Diego Garcia (PHS) apresentou nesta quarta-feira (2) parecer no Estatuto da Família definindo que o conceito básico da família deve continuar sendo “a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”. O texto foi lido na comissão especial que analisa o tema. O parecer é contrário a uma abertura para que lares formados por casais homossexuais, por exemplo, possam ser considerados como famílias.

O projeto define os direitos da família e políticas públicas voltadas para valorização e apoio à “entidade familiar”. A tramitação do Estatuto causou polêmica desde o início. Uma enquete no site da Câmara perguntando se as pessoas concordavam ou não com a proposta teve mais de 10 milhões de votos (com uma vitória apertada a favor de um conceito de família mais amplo). Os defensores do Estatuto responderam dizendo que a enquete foi fraudada.

No país, o Legislativo e o Judiciário têm tido interpretações diferentes sobre as relações homoafetivas. O Legislativo não modificou em nada a legislação sobre casamentos e relações estáveis. No entanto, o Judiciário, alegando que o espírito da Constituição exige uma interpretação mais flexível, garantiu o direito à “união homoafetiva”.

Para rebater as críticas, Diego Garcia diz em seu parecer que o Estatuto não é homofóbico porque não se trata de ter “aversão” a homossexuais, mas de definir direitos. O deputado também nega que seu voto se baseie em suas perspectivas religiosas – Garcia é ligado ao movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica e criou um grupo de orações na Câmara. “Em nenhum momento do meu voto trago essa discussão para questões e posicionamentos religiosos.”

O parecer foi contestado na comissão especial. “O parecer é uma construção de profunda homofobia, de falta de sensibilidade. É uma tentativa desesperada do segmento fundamentalista de construir uma peça para se contrapor ao Supremo Tribunal Federal”, disse a deputada Erica Kokay (PT-RJ).

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.