Uma montanha de lixo desabou em São Mateus, na zona leste de São Paulo, na tarde desta segunda-feira. O incidente ocorreu dentro do Aterro São João, um dos únicos dois aterros sanitários públicos que existem na cidade e espalhou mau cheiro até na cidade vizinha de Mauá. O aterro é verticalizado e já tem 150 metros de altura, o equivalente a um prédio de 40 andares.
O lixo vem sendo depositado por caminhões em locais chamados de 'células', que formam uma espécie de pirâmide. A razão é que não há mais espaço para depositar o lixo horizontalmente.
Nesta segunda, de três a quatro dessas pirâmides de lixo desabaram e interditaram o acesso a uma das áreas do aterro. Segundo a Ecourbis, que administra o aterro, ele ficará interditado por cerca de 15 dias. Isso significa que, neste período, São Paulo terá de usar um aterro particular para enviar parte do lixo que produz.
Apenas o Aterro São João recebe por dia 7 mil toneladas de lixo produzido na cidade, que chega a 13 mil toneladas diárias. A Ecourbis ainda não se sabe o que causou o desabamento e informa que ninguém ficou ferido.
No momento do acidente, um cheiro forte pode ser sentido pelos moradores da região, alcançando até mesmo a cidade vizinha de Mauá. Por conta disso, técnicos da Cetesb foram acionados. Numa avaliação preliminar, eles afirmaram que não houve danos ambientais.
Segundo a assessoria de imprensa da Ecourbis, o mau cheiro é decorrente do gás metano, liberado durante o processo de decomposição. A empresa afirma que o vazamento do gás já foi contido e não há risco para a população.
Enquanto o São João estiver fechado, os resíduos serão encaminhados para outros dois aterros particulares, o Essencis, em Caieiras, na Grande São Paulo, e o CDR, às margens da Rodovia Fernão Dias. Em nota, a empresa afirma que a coleta domiciliar, na área atendida pela EcoUrbis (zonas leste e sul), será realizada normalmente.
O aterro São João está no final de sua vida útil. Ele funciona desde 1992 e ocupa uma área de 500 mil metros quadrados. O depósito do lixo é feito em camadas de 5 metros de altura, uma sobreposta a outra.
A Ecourbis atende cerca de 6,1 milhões de habitantes e 1,6 milhão de domicílios.
Para amenizar o mau cheiro na região, o Aterro São João deverá implantar um projeto de uso do gás metano para gerar energia elétrica. A usina, com capacidade para 170 mil KWh/ano, deve começar a operar no início de 2008.



