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Eleições

Partidos fazem restrições a números do TSE sobre custo de campanha

Dirigentes partidários fizeram restrições ao custo da campanha eleitoral divulgado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque se baseia no teto apresentado pelos candidatos. Segundo eles, o valor não é real, pois os partidos são obrigados pela Legislação Eleitoral a estabelecer um limite máximo e não mudá-lo durante o processo eleitoral. PMDB, PSDB e PT defenderam o financiamento público das campanhas para evitar gastos excessivos.

- É muito dinheiro. Isso mostra que devemos continuar trabalhando pelo financiamento público de campanha - disse o secretário-geral do PSDB, Eduardo Paes.

Para o secretário-geral interino do PT, Joaquim Soriano, o problema não é o número, mas a legislação eleitoral. Soriano argumentou que a regra permite o financiamento privado das campanhas e exige que os candidatos estabeleçam um teto de despesas, que necessariamente não será concretizado.

- A legislação induz à elevação do teto, porque não pode mudar durante a campanha. Tem um mercado de produtos eleitorais cujo preço chega a inibir - afirmou.

A solução, segundo Soriano, é o financiamento público:

- A legislação tem de mudar. Essa legislação não garante condições democráticas mínimas para fortalecimento partidário e da democracia. É necessário eleição por lista partidária e que o financiamento partidário seja público.

O presidente do PMDB, Michel Temer, disse que o teto previsto pelos partidos não será atingido, especialmente porque os candidatos estão encontrando dificuldades de arrecadação de fundos. Segundo ele, as dificuldades se devem à falta de dinheiro dos doadores e ao medo de pessoas e empresas se verem envolvidas em escândalo, prestando depoimento em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

- O dinheiro anda curto. Ninguém faz doação - afirmou Temer.

- Aritmeticamente, o valor está correto, mas politicamente ninguém gastará o teto - disse.

Para Temer, a aprovação do financiamento público das campanhas eleitorais, combinado com a votação em lista partidária, "uniformizaria mais as campanhas", evitando gastos elevados.

Segundo o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, o teto é genérico e a maioria dos candidatos, especialmente a deputado, não gasta nem 10% do limite previsto pelo partido.

- O TSE somou o limite máximo. Os partidos colocam o teto acima da realidade para contemplar os mais diversos candidatos - disse Rodrigo, acrescentando que o valor divulgado pelo TSE "é completamente fora da realidade".

Rodrigo, Temer e Soriano discordaram de avaliações de que um gasto inferior ao previsto indica a prática de caixa dois. O tucano, no entanto, entende que "sempre é possível" existir caixa dois.

- Depois das mudanças na legislação, com a exigência de três prestações de contas, será mais difícil a prática de caixa dois. A legislação fechou as portas - argumentou Temer.

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