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Impacto no PAC

Passos diz que crise afetou resultado do ministério

Apenas 1% das obras do setor de transporte foram concluídas no primeiro semestre. Ministro diz que situação vai melhorar com nomeação de diretores

"É claro que a crise afetou o ministério. Mas, na minha avaliação, é um reflexo controlável e nós estamos cuidando de promover a composição do corpo diretor do Dnit." Paulo Passos, ministro dos Transportes | Elza Fiúza/ABr
"É claro que a crise afetou o ministério. Mas, na minha avaliação, é um reflexo controlável e nós estamos cuidando de promover a composição do corpo diretor do Dnit." Paulo Passos, ministro dos Transportes (Foto: Elza Fiúza/ABr)

Brasília - Eixo fundamental do PAC 2, a área de transportes teve apenas 1% das obras concluídas no primeiro semestre. Nenhum dos quatro empreendimentos entregues (dois em portos e dois em aeroportos) estão relacionados ao Ministério dos Transportes, palco da crise que levou à demissão de cerca de 20 funcionários, incluindo o ex-ministro Alfredo Nascimento. A pasta colaborou com apenas 431 quilômetros de novos trechos de rodovias – há ainda 6,5 mil em andamento.

O desempenho vai demorar para melhorar, segundo indicou o atual ministro, Paulo Passos. Ele admitiu ontem que a crise provocada pelas denúncias de corrupção no setor afetou as ações da área. Passos, no entanto, minimizou os efeitos nas obras e disse que tem trabalhado para recompor a "curto prazo" o comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

"É claro que a crise afetou o Ministério dos Transportes e o Dnit. Mas na minha avaliação é um reflexo controlável e nós estamos cuidando de promover a composição do corpo diretor do Dnit. Isso já é um assunto que venho tratando com a presidente e no curto prazo estaremos com estrutura recomposta para trabalhar em sua normalidade."

O ministro disse que a presidente deve encaminhar ao Senado no início da próxima semana os novos nomes para a composição do Dnit, que trabalha com apenas um dos sete diretores após as denúncias. "Por determinação da presidenta estamos fazendo uma reavaliação de todos os projetos. Isso vai afetar projetos em execução e, principalmente, os que estão em fase de definição", afirmou.

Sobre o atraso nas obras, o ministro disse que tem "apanhado e apreendido muito" ao longo do PAC 1 no governo Lula e que a "expectativa é que as obras possam seguir dentro da normalidade".

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, também saiu em defesa da área, responsabilizando em parte o setor privado, tendo em vista que as empresas de engenharia não estavam acostumadas com a alta de investimentos.

"Costumo chamar de overbooking. Tem empresas largando obras para pegar outra comercialmente melhor. Não tínhamos engenheiros de ferrovias. A Transnordestina está sendo feita com engenheiros aposentados."

Passos ainda confirmou a revisão que está fazendo nos contratos das obras para avaliar os aditivos. O ministro disse que vai ter prioridade a contratação de empreendimentos por projetos executivos (mais completos) e não mais com projetos básicos. Para o ministro, isso pode gerar até a redução do preço médio.

Aditivos

O ministro ainda saiu em defesa dos aditivos contratuais, que foram alvo de críticas da presidente. Para ele, há previsão legal para que aditivos sejam efetuados, portanto, não seria correto "demonizar" esse procedimento. "O aditivo se faz por conveniência e necessidade. Ele se impõe quando há necessidade de ajustamento técnico de modo a adequá-lo."

Passos disse que, entre 2007 e 2011, o Dnit teve contratos de R$ 40 bilhões e os adtivos representaram R$ 3,7 bilhões. Ele disse que os projetos executivos não vão acabar com os aditivos, mas permitir que sejam mais controlados. "É isso que interessa ao governo."

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