A autora Glória Perez afirmou nesta sexta-feira (12) ter sido um "privilégio" trabalhar com Paulo Autran. O ator participou da minissérie "Hilda furacão", adaptada por Glória para a TV em 1998.
"Paulo foi um ator que deixava sua marca. Foi uma beleza trabalhar com ele, conversávamos muito. Hilda furacão foi uma das poucas coisas que ele fez na TV nos últimos anos, e eu escrevia para ele com muita paixão. Porque ele é apaixonante. Será sempre referência aos que virão", afirmou a autora.
Alberto Guzik, autor do livro "Paulo Autran: Um homem no palco", concorda com Glória. "Foi a perda de um ator que foi referência para a minha geração. Foi um exemplo de combatividade, de busca por um desafio sempre. Ele definitivamente tem um espaço no teatro brasileiro. Quando eu fiz a biografia do Paulo, ele mostrou o limite entre o público e o privado, mas sempre de forma gentil e educada. Foi um exemplo para uma época em que toda a intimidade acaba na capa de uma revista."
O diretor João Falcão trabalhou com Autran no filme "A máquina" (2005). "O que posso dizer de Paula Autran que não seja chover no molhado? Ele era o nosso Laurence Olivier."
Falcão lembrou do importante trabalho do ator no teatro. "Ele se confunde com a história do teatro brasileiro." Segundo o diretor, ele e Autran se conheciam há mais de 15 anos, e sempre planejaram trabalhar juntos. "Quando eu podia, ele não, e vice-versa. O que apareceu primeiro foi o filme, e acabamos não fazendo nenhuma peça juntos", lamenta.
O ator Walmor Chagas elogiou o companheiro de palcos. "Um grande ator, uma perda inestimável, um ator modelo."
Aos 85 anos, Paulo Autran morreu nesta sexta-feira, após um dia de internação no Hospital Sírio Libanês, na Região Central de São Paulo. Autran, um dos mais talentosos atores brasileiros, lutava contra um câncer de pulmão e um enfisema pulmonar.
