Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
senado

PDT vai ao STF para pedir afastamento imediato de Expedito Júnior

STF determinou afastamento, mas Senado ainda não cumpriu decisão. Presidente do partido considera "inadmissível medida protelatória"

O PDT protocolou nesta quarta-feira (4) no Supremo Tribunal Federal (STF) uma reclamação em que costesta a decisão da Mesa Diretora do Senado de adiar o afastamento do senador Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2006.

Na semana passada, o STF determinou que o tucano seja afastado e que o segundo colocado na eleição para senador de Rondônia em 2006, Acir Gurgacz (PDT), tome posse. O partido pede na ação que o pedetista seja imediatamente empossado no cargo de senador.

O presidente do PDT, deputado federal Vieira da Cunha (RS), classifica a decisão da Mesa do Senado como uma "inadmissível medida protelatória e um desrespeito ao Poder Judiciário". Cunha destacou que também vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra os membros da Mesa Diretora do Senado por "crime de responsabilidade".

"Os atos da Mesa do Senado Federal devem ser tidos como abusivos, desrespeitosos e incapazes de ensejar qualquer forma de rediscussão quanto a validade e a eficácia da decisão e a ordem emanada dessa Corte [STF]", destaca trecho da ação protocolada pelo PDT.

A Mesa Diretora do Senado optou por consultar a Comissão de Constituição e Justiça da Casa antes de dar posse ao segundo colocado. O fato tem sido interpretado por ministros do STF como uma forma de adiar o afastamento de Expedito. Nesta quarta, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou, porém, que a Casa deverá cumprir na semana que vem a decisão do Supremo.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta tarde que está disposto a entrar com uma reclamação no STF contra o Senado. Segundo ele, "o interesse do Ministério Público sempre será o de que as decisões judiciais sejam observadas e cumpridas."

Em nota divulgada à imprensa, a AMB acusa o Senado de estar prestando um "desserviço" ao não afastar Expedito. A entidade destaca que o fato de o Poder Legislativo deixar de cumprir uma decisão legítima "não tem precedente na história da democracia brasileira, e afronta a harmonia e independência que devem existir entre os Poderes Constituídos."

Denúncia

De acordo com a acusação acatada pelos ministros do TSE em junho, funcionários de uma empresa de propriedade do irmão do senador cassado, Irineu Gonçalves Ferreira, foram orientados a votarem na coligação de Expedito e a conquistarem votos de amigos e familiares em troca do pagamento de R$ 100.

Em nota divulgada à imprensa na semana passada, Expedito Júnior informou que respeita a decisão judicial do STF, mas disse entender que "não lhe foi dado direito a ampla defesa, conforme previsto na Constituição Federal, uma vez que ainda não transitou em julgado a decisão do TSE sobre seu processo de cassação".

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.