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Rio de Janeiro

Pedido exame de DNA para identificar corpo que seria de morador seqüestrado

Mulher acredita ter reconhecido o marido. Jorge da Silva Siqueira Neto denunciou envolvimento de policiais com a milícia

A mulher do líder comunitário Jorge da Silva Siqueira Neto, Rosilaine Marinho, teria reconhecido o corpo do marido por meio da arcada dentária. Ela esteve, na manhã deste domingo (9) no Instituto Médico Legal, no Centro do Rio.

O corpo, que está mutilado e carbonizado, foi encontrado no sábado (8) na Zona Oeste. Mas, a confirmação será feita por meio de exame de DNA.

Segundo testemunhas, o líder comunitário estava indo para casa, na sexta-feira (7), quando foi abordado por cinco homens armados que teriam feito vários disparos contra ele, que acabou sendo atingido. Jorge foi seqüestrado pelos homens que o levaram no próprio carro seguido por outros dois veículos, ainda de acordo com testemunhas.

Mulher quer proteção

]Rosilaine Marinho disse que vai pedir proteção policial. "Estou com medo. Quero saber o que aconteceu".

Testemunhas disseram que um carro da Polícia Militar estaria dando cobertura ao veículo usado pelos criminosos. O delegado aguarda depoimento de alguém que tenha visto o crime para investigar essa denúncia.

"Estou apelando para que as pessoas liguem para denunciar e ajudar nas investigações e confirmar as informações que recebemos", disse. Ele divulgou o telefone 3399-6400 para que liguem e garante preservar o anonimato.

Quebra de sigilo telefônico

O delegado Altair Queiroz, titular da 40ª DP (Rocha Miranda), vai pedir a quebra de sigilo telefônico de cinco policiais militares suspeitos de seqüestrar o líder comunitário. O telefone da vítima também será investigado. Os PMs foram alvos de denúncias feitas por Jorge por envolvimento com milícias na Favela Kelson’s, na Penha, no subúrbio.

O delegado também tenta localizar testemunhas do crime. Um dos principais suspeitos do seqüestro do presidente da Associação de Moradores da Favela Kelson’s é o soldado Alexandre Barbosa Batista, do 14º BPM (Bangu). Jorge registrou queixa de ameaça do militar na delegacia, no dia 9 de abril deste ano.

Durante todo o sábado (8), equipes da 40ª DP (Rocha Miranda) tentaram localizar a vítima e seu carro, um Focus placa LNP-1128.

Criança teria recolhido uma cápsula

Uma criança, que teria recolhido uma cápsula das armas usadas pelos seqüestradores, e um segurança da rua, que teria visto o crime, estão sendo procurados pela polícia.

Quatro militares foram ouvidos na sexta-feira (7) pelo corregedor-geral da PM coronel Paulo Ricardo Paul. A Secretaria de Segurança Pública informou que Jorge não pediu proteção da polícia para ele e a família.

Suspeitos foram soltos

Jorge foi expulso da favela há nove meses depois de denunciar que a comunidade era dominada por milicianos. Desde então, o líder comunitário passou a sofrer ameaças. Cinco policiais foram presos administrativamente, mas foram soltos após cumprirem detenção de 72 horas.

O coronel Paul ouviu os depoimentos dos PMs sargento Antonio Souza dos Santos, cabo Jorge Henrique Alves dos Santos, e os soldados Alexandre Barbosa Batista e André Luiz Oliveira Lima. Eles estão afastados das funções. Ainda falta ser ouvido o cabo Fernando Barcelos. Os cinco foram alvos das denúncias do líder comunitário.

Cabral diz que não recuar no combate às milícias

O governador do Rio, Sérgio Cabral, informou no sábado (8) por meio de sua assessoria, que as investigações a respeito do sumiço do líder comunitário Jorge da Silva Siqueira Neto serão intensificadas. Cabral afirmou, ainda, que não recuará um milímetro sequer no combate rigoroso às milícias.

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