O vereador João Cláudio Derosso (PSDB), que ocupa o cargo de presidente da Câmara Municipal desde 1997, foi reeleito novamente para a função, cujo mandato é de dois anos. Ele venceu a disputa pela presidência do Legislativo da capital por 36 votos a 1. O vereador Professor Galdino (PV) concorreu em candidatura avulsa e recebeu somente o próprio voto. Dos 38 vereadores, somente a vereadora Professora Josete (PT) se absteve da votação. Embora a eleição da Mesa Executiva tenha sido realizada ontem, os vereadores voltarão a ter sessão plenária somente em 16 de fevereiro.
Com a recondução ao cargo, Derosso assume a presidência da Câmara pela sétima vez, em seu sexto mandato de vereador. Além do prestígio político, ele tem vantagens financeiras: receberá salário de R$ 15,7 mil, enquanto seus colegas têm remuneração de R$ 9,2 mil.
"A eleição foi fruto do bom trabalho que fiz nesse tempo em que estou na presidência", disse Derosso, explicando que não fica incomodado com as comparações feitas com o deputado Aníbal Khury, que comandou a Assembleia Legislativa por um longo período. "Junto com todos os vereadores, ajudei a melhorar o trabalho da Câmara nesses 12 anos." Derosso atribuiu também sua eleição à capacidade de articulação política que teve entre os vereadores.
Depois de cumprir os próximos dois anos na direção da Casa, Derosso afirmou que não tentará mais a reeleição para o cargo. Ele pretende se candidatar a deputado estadual em 2010. "Tentarei voos mais altos."
A Chapa de Derosso para a eleição da Mesa da Câmara foi batizada de "Pablo Neruda". Além do tucano na presidência, era composta pelos vereadores: Tito Zeglin (PDT), na primeira vice-presidência; Zé Maria (PPS), na segunda; Celso Torquato (PSDB), na primeira secretaria; Sabino Pícolo (DEM), na segunda secretaria; Aladim (PV), na terceira secretaria; e Pedro Paulo (PT), na Quarta Secretaria. De acordo com Derosso, o nome da chapa é uma homenagem ao poeta considerado "pai dos Direitos Humanos".
Minutos antes da abertura da sessão, ainda era incerto se Galdino poderia inscrever uma candidatura avulsa. Ele aguardava um parecer da assessoria jurídica da Casa, que lhe desse o aval para concorrer sozinho. Com a liberação para a candidatura, Galdino inscreveu-se sozinho na chapa que denominou "Oxigenação". Ele disse que teve dificuldade de montar chapa e preferiu concorrer mesmo assim. Além de votar em si mesmo, Galdino votou no companheiro de partido Aladim Luciano, para a terceira secretaria. Aladim concorreu na chapa de Derosso para o cargo.
A vereadora Professora Josete (PT) se absteve de votar em Derosso. Não visão da vereadora, a reeleição deveria ser banida do regimento interno. "Acho que a alternância de poder é importante para a democracia. Ficar 14 anos no comando não contribui para isso", afirmou Josete. "Acaba criando problemas para a própria administração da Casa. Acredito que seria dar transparência ao Legislativo abrir a possibilidade para outra pessoa exercer o cargo."
Outra crítica feita por Josete é a falta do critério de proporcionalidade de partidos na composição da Mesa Executiva. Para ela, não foi justa a escolha do colega Zé Maria para a segunda vice-presidência. "Ele é do PPS, legenda que só tem dois vereadores. Outros partidos com maior representatividade poderiam ter ficado com a vaga."
