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investigação

Pen drive “esquecido” embasou operação que prendeu 41

Gaeco deflagrou nova fase da Publicano, que investiga a Receita Estadual

Mandados de prisão foram cumpridos em Londrina e Curitiba. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Mandados de prisão foram cumpridos em Londrina e Curitiba. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

A base da quarta fase da Operação Publicano, deflagrada na quinta-feira (3) com a prisão de 41 pessoas, tem origem em um pen drive apreendido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em janeiro com o auditor Luiz Antônio de Souza. O pen drive só foi decodificado depois da segunda fase da Publicano, deflagrada em junho, quando Souza, que colabora com as investigações, “lembrou” do material. As anotações são feitas em código e nelas Souza escreve a empresa que pagou, quanto pagou, o fiscal que recebeu a propina e a divisão.

Uma das anotações do pen drive é “Sr Pedro/AS”, seguida por “1/2=75-10=65”. Na mesma sequência está “Sr Pedro/AS”, seguida por “2/2=75-10-10=55”. Segundo o delator e o Gaeco, as anotações referem-se a um suposto pedido de propina feito ao empresário Pedro Muffato, o “Sr. Pedro” das anotações. Já “AS” que aparece ao lado é o auditor Amadeu Serapião, que teve prisão preventiva decretada.

O episódio ocorreu em novembro de 2014 e diz respeito a um suposto acordo para o pagamento de propina referente a uma loja de Ibiporã. O hoje delator Luiz Antônio de Souza, que na época era inspetor regional de fiscalização da Delegacia da Receita Estadual em Londrina, teria firmado um acordo para o pagamento de R$ 200 mil em propina, diante da ameaça de um auto de infração superior a R$ 2 milhões. No fim, a multa ficou em R$ 20 mil. Pedro Muffato não tem relação comercial com o Super Muffato.

Outro caso é a suposta negociação de uma propina de R$ 120 mil com a Big Frango, em 2014, antes de ser negociada a venda do controle da empresa ao grupo JBS. A propina teria sido paga para amenizar a fiscalização referente às atividades da empresa entre janeiro de 2009 e maio de 2014. A empresa foi multada em R$ 102 mil, o que o Gaeco considera uma quantia “irrisória”.

Segundo o delator, o valor da propina teria sido repassado para a JBS, sendo “consignada nas dívidas” da empresa “por meio de simulação de débito”.

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