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Valor Construtora abandonou obra do Colégio Estadual Nova Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Valor Construtora abandonou obra do Colégio Estadual Nova Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A engenheira civil Viviane Lopes de Souza, ré na ação penal da Operação Quadro Negro , não assinou todas as planilhas de medições das obras das escolas estaduais sob responsabilidade da empresa Valor Construtora. A informação consta em duas perícias feitas a pedido da defesa da engenheira civil. Um dos laudos é do Instituto de Criminalística. O outro foi feito por peritos particulares, contratados pela defesa.

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De acordo com o advogado Fernando Dissenha, os dois laudos trazem pequenas divergências, mas ambos atestam que as assinaturas da sua cliente foram falsificadas na maioria das planilhas de medições. Ainda segundo o advogado, na perícia oficial também teria sido possível verificar que foi Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora e irmão de Viviane, quem teria de fato assinado os papéis, imitando a assinatura da irmã.

O resultado da perícia deve ser incluído na defesa da engenheira civil dentro do processo que responde, junto com Eduardo Lopes de Souza e outras 13 pessoas, na Justiça Criminal.

As planilhas de medição são documentos necessários para se comprovar a evolução da construção e liberar o pagamento pelo serviço prestado. Pelas investigações da Operação Quadro Negro, que mira dez obras de construção ou reforma de escolas estaduais, as medições registradas nas planilhas não eram compatíveis com a fase real da obra, fato que permitiu pagamentos indevidos à empresa. As planilhas fictícias também foram assinadas por fiscais ligados à Secretaria de Estado da Educação (Seed) – quatro fiscais também foram denunciados à Justiça Criminal.

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Agora, com o resultado das perícias, a defesa de Viviane vai tentar provar que a engenheira civil seria apenas uma funcionária da empresa e não tinha envolvimento com o esquema de corrupção apontado na denúncia. “Embora ela seja irmã do dono da empresa, ela apenas trabalhava e recebia o seu salário. Ela assinou apenas as primeiras planilhas de medição. Mas, depois, a assinatura dela foi falsificada”, disse Dissenha, em entrevista à Gazeta do Povo.

Viviane é considerada foragida. Ela teve o mandado de prisão preventiva expedido no último dia 14, mas não foi encontrada. Segundo Dissenha, Viviane estava viajando quando a defesa soube do mandado de prisão. O advogado admite que a defesa tenta a revogação da preventiva.

Nesta sexta-feira (22), a reportagem não conseguiu contato com o advogado de Eduardo Lopes de Souza. O empresário e seu filho, Gustavo Baruque de Souza, estão presos há mais de um mês, na esteira da terceira fase da Operação Quadro Negro.

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