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Perito afirma à CPI que varredura não achou bloqueadores

Marcelo Rangel, presidente da CPI, ouve Valdir Rossoni | Nani Gois/Alep
Marcelo Rangel, presidente da CPI, ouve Valdir Rossoni (Foto: Nani Gois/Alep)

Mais uma vez, os depoimentos prestados à Comissão Parla­­­men­­­tar de Inquérito (CPI) dos Grampos na Assembleia Legis­­­­lativa do Paraná podem provocar uma reviravolta no andamento das investigações. Ontem, o perito que comandou a varredura na Casa há dois meses, Antonio Carlos Walger, rebateu o empresário Marcos Aurélio Menestrina. Walger afirmou que os equipamentos encontrados na sede do Legis­­­lativo não são os bloqueadores de sinal de celular licitados no ano passado. Além disso, Sérgio Roberto Monteiro, chefe de gabinete da presidência na gestão de Nelson Justus (DEM), enviou ofício à CPI classificando como "inverídicas" as declarações do ex-coordenador técnico da Assembleia Francisco Ricardo Neto de que ele teria solicitado a compra dos aparelhos.

Na semana passada, Menestrina havia dito à comissão que os equipamentos que estavam instalados nos gabinetes da presidência e da primeira-secretaria eram os que ele entregou à Assembleia em 21 de setembro do ano passado, após vencer licitação aberta em abril para a compra de "aparelhos detectores e bloqueadores de sinal com acionamento por controle remoto para serem instalados na sala de reunião da presidência". "Os equipamentos não correspondem aos licitados. Eles têm certa semelhança, mas apresentam diferenças bastante consistentes", afirmou Walger.

A declaração foi corroborada pelo presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), que também depôs à CPI. "Quando a imprensa disse que poderiam ser bloqueadores e não grampos, fomos atrás da nota fiscal, que não condizia com os equipamentos encontrados", disse.

Mais contradições

Para justificar seu posicionamento, Walger, que é perito da empresa Embrasil, disse que os aparelhos foram produzidos de forma doméstica e não traziam qualquer selo de identificação da Assembleia ou da Anatel. Ele declarou ainda que os equipamentos poderiam ser usados para fazer escutas clandestinas, o que só poderá ser confirmado pela perícia feita pela polícia. "No Instituto de Criminalística, os aparelhos foram testados e nossos celulares continuaram funcionando. Se foi vendido como bloqueador, no mínimo lesaram a Casa com um equipamento que não funcionava", argumentou.

Walger ainda contestou a versão dada por Francisco Ricardo Neto de que o ex-coordenador técnico da Assembleia teria instalado os aparelhos, que estavam embutidos em luminárias, apenas com a ajuda de um gesseiro. "Isso é impossível. Eu mesmo, que tenho conhecimento na área, precisaria de toda a orientação do fabricante para montá-lo", garantiu.

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