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Pesquisa aponta queda na popularidade do prefeito de Londrina

Pelo país governantes recuperaram índices de aprovação depois dos protestos de junho, mas números de Alexandre Kireeff caíram de 57% para 48%

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Enquanto os governantes que tiveram sua popularidade afetada pelos protestos de junho vêm recuperando a aprovação, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), vai na direção oposta. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, a aprovação de Kireeff caiu quase 10 pontos porcentuais de junho para dezembro.

Na pesquisa realizada neste mês, 48,05% dos eleitores disseram que aprovam a atual administração, contra 46,33% que não aprovam – 5,62% não opinaram. Em junho, Kireeff tinha 57,31% de aprovação e 36,84% de desaprovação.

Além disso, na percepção de 50,45% dos londrinenses, o prefeito de Londrina não vem cumprindo com suas promessas de campanha. A promessa de investir na saúde é a mais descumprida segundo os entrevistados (26,28%). Além disso, a resposta mais citada (21,65%) quando a pergunta era sobre a área que mais recebeu atenção da prefeitura nos seis primeiros meses de gestão foi "nenhuma".

Análise

Um dos fatores que explicariam os índices do levantamento, na avaliação do diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, é a expectativa gerada pela vitória de Kireeff, que nunca havia ocupado um cargo público. "Da forma como ganhou, a esperança era muito grande, mas o tempo vai passando e as pessoas vão sentindo que as coisas não acontecem com velocidade e aí vem a decepção", analisa.

Na mesma linha de raciocínio, o professor Bianco Zalmora Garcia, do curso de Filosofia Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), destaca que o novo prefeito representa "uma ruptura de mais de 20 anos com práticas que transformaram a prefeitura num balcão de negociatas". Por isso, a demora no surgimento dos resultados faz com que haja um "desencantamento". Isso porque a "racionalização administrativa" proposta pela atual gestão demora a dar resultados. "Ele [Kireeff] está vendo que a gestão não é só técnica. Não existe técnica neutra politicamente. A gestão técnica é antes de tudo uma ação política e ele está percebendo que a gestão técnica é uma decisão política", afirma. Segundo ele, a queda de popularidade deve servir de sinalizador político para o prefeito.

Essa "gestão técnica" também é citada por Hidalgo ao avaliar a pesquisa, que aponta que a "a divisão da cidade prevalece". O levantamento mostra que o perfil do eleitor que aprova a gestão do ­­atual prefeito de Londrina é o mesmo daquele que o elegeu: tem curso superior (66,17% de aprovação, contra 39,96% de aprovação no ensino fundamental); está nas classes A e B (54,66% de aprovação contra 36,1% nas classes D e E); e mora no Centro (66,98% de aprovação contra 42,48% na Zona Leste e 43,56% na Zona Norte).

"Ele pode estar fazendo boa gestão para a cidade, mas, por enquanto, isso não chega à periferia. Uma coisa é fazer uma boa gestão fiscal e outra é uma boa gestão eleitoral entre aspas. Esse resultado aparece mais para frente", afirma Hidalgo.

Metodologia

Foram ouvidos 544 eleitores em Londrina, entre os dias 12 e 16 de dezembro. A margem de erro é de 4 pontos porcentuais.

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