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Inconformado com a derrota do mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) disse nesta segunda-feira que vai entrar com um agravo de instrumento pedindo que a decisão do ministro relator Carlos Ayres de Britto seja revista pelo pleno do STF. João Paulo, que ficou em situação constrangedora ao ver desmentida publicamente, pelo empresário Marcos Valério, sua versão de que a mulher Márcia Milanesi havia comparecido à agência do Banco Rural para pagar uma conta da TVA, voltou a se defender e disse que pegou R$ 50 mil do PT, sem saber que era dinheiro de caixa dois.

- Quem disse que eu escrevi na minha defesa que ela foi lá para isso? Ela de fato foi pegar informações da TVA, eu não menti. Eu peguei um dinheiro que era do PT. Não sabia que era caixa dois. Estou convencido de que minha defesa pode surtir efeito na Casa, mesmo sendo um julgamento político. Vou passar pelo plenário e vou ao povo - garantiu João Paulo.

Com a mesma certeza da absolvição, Professor Luizinho (PT-SP), que pegou R$ 20 mil das contas de Valério através de um funcionário, acredita que seu caso nem irá ao plenário. Ao contrário da interpretação geral, ele diz que, se for absolvido no Conselho, não passará pelo crivo do plenário e seu caso será arquivado ali mesmo.

- Eu confio no senso de justiça do Conselho. Lá será julgado caso a caso e não vai precisar ir ao plenário. O Paulo Rocha tem seus motivos, estaria envolvido em caixa dois. No meu caso, foi a luta política que me levou ao Conselho - disse Luizinho.

Isolado na decisão de renunciar, Paulo Rocha (PT-PA) não escondeu seu receio de pagar um preço muito alto perante a opinião pública. E lamentou ter sido abandonado pelos companheiros.

- O problema é que renunciei sozinho...

Mais cedo, logo após a reunião com Rocha, Luizinho e João Paulo, o deputado José Mentor (PT-SP) mostrou como estava em dúvida sobre a renúncia:

- A renúncia muitas vezes, para a sociedade, tem o peso da culpa. Porém a cassação muitas vezes é uma injustiça.

Mas acabou optando por enfrentar o processo, confiante que provará que não se beneficiou de caixa dois, mas de "caixa um". Segundo ele, até agora há em curso o que chamou de processo de linchamento político, mas espera que os deputados reflitam e não ajam da mesma forma que as CPIs e a Corregedoria da Câmara agiram. E acha que voltará no ano que vem.

- Eu vou disputar porque não serei cassado - afirmou Mentor, que estava acompanhado de sua mulher, Maria da Graça.

Relator da CPI da emigração ilegal, João Magno (PT-MG) manteve a disposição de enfrentar o processo e segue nesta terça em viagem oficial para os Estados Unidos. Só retorna de Boston na próxima segunda-feira. Ele informou que vai pedir para fazer uma declaração retificadora junto ao TRE-MG para declarar os R$ 426 mil que pegou do esquema montado por Valério para custear despesas da campanha de deputado em 2002 e de prefeito em 2004.

- Estou tranqüilo e confiante na isenção do Conselho de Ética. Quem tem culpa no cartório que pague. Eu não cometi nenhuma lambança. Espero que não haja um julgamento cruel - disse João Magno, que só chegou a Brasilia no inicio da noite.

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