Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Suspeita

Petrobras fechou contratos com empresas denunciadas

Companhioas citadas em operação da PF foram contratadas por cerca de R$ 2,3 bilhões

Alvaro Dias: único senador do PR que assinou a CPMI. | José Cruz/ABr
Alvaro Dias: único senador do PR que assinou a CPMI. (Foto: José Cruz/ABr)

Brasília - Informações levantadas pela assessoria técnica do PSDB mostram que menos de um ano depois de serem denunciadas pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações e contratos de reforma de plataformas petrolíferas, três empresas envolvidas na Operação Águas Profundas da Polícia Federal voltaram a firmar contratos com a Petrobras. Somadas, as contratações totalizariam cerca de R$ 2,3 bi­­­lhões. As informações foram apuradas pela assessoria do PSDB no site da estatal e levadas a conhecimento da CPI da Petrobras pelos senadores Sérgio Guerra (PE) e Alvaro Dias (PR) em reunião realizada terça-feira.

Deflagrada em julho de 2007, a Operação Águas Profundas culminou no indiciamento de 26 pessoas (sendo 5 funcionários da Petrobras) e resultou em ação penal que está em curso na Justiça Federal do Rio de Janeiro. No entanto, ainda em 2007, uma das empresas investigadas – Estaleiro Mauá S/A (ex-Mauá-Jurong) – firmou quatro contratos para reparações em embarcações com a Transpetro S/A, subsidiária da Petrobras, que somam R$ 660 milhões.

Em 2008, nos meses de outubro e dezembro, a Iesa Óleo e Gás S/A e o consórcio Quip S/A (formado por Iesa, Queiroz Galvão e UTC En­­­genharia), também alvos da investigação da PF, firmaram três contratos com a estatal que juntos totalizam R$ 1,7 bilhão, um deles com prazo de encerramento em 2012. Os contratos preveem a construção dos módulos de remoção de sulfato, compressão e integração da plataforma P-55.

Os senadores tucanos questionaram, durante reunião de ontem da CPI da Petrobras, os contratos firmados entre a estatal e as empresas investigadas. Os oposicionistas quiseram saber se a estatal não leva em conta o histórico das participantes de suas licitações, sobretudo porque as concorrências se deram pela modalidade "convite", ou seja, em que a licitante escolhe as empresas que disputarão os contratos. "Em­­­bora possa ser considerada uma empresa quadrilheira, ela a Iesa continuam ganhando muito dinheiro da Petrobras. Os senhores não acham que há aí uma relação de promiscuidade?" questionou Alvaro Dias.

A assessoria de imprensa da Petrobras informou que uma comissão técnica da empresa também investiga os contratos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.