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O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB) reagiu nesta sexta-feira (15) ao pedido da equipe jurídica da Petrobras para que a Procuradoria-Geral da República investigue o vazamento de atas e gravações da estatal enviadas à comissão no dia 4.

Motta disse à reportagem que a CPI não tem “receio nenhum” da investigação, mas que o pedido soa como uma “intimidação” da Petrobras aos trabalhos dos deputados. “Esse tipo de intimidação não vamos aceitar. Nós temos compromisso com a investigação. Esse tipo de gesto visa manter em sigilo o que, do meu ponto de vista, é desnecessário.”

O pedido da Petrobras ao MP foi revelado pela Folha de S.Paulo nesta sexta. A justificativa é que a divulgação desses documentos expõe decisões estratégicas da companhia, principalmente relativas a formação de preços e regras de licitações. Janot sinalizou que considera a investigação importante e que deve acatar o pedido da estatal.

Para Motta, o pedido da Petrobras ao MP passa a impressão de que a estatal quer manter sob sigilo decisões equivocadas da empresa. “Soa como desejo de manter em segredo decisões que depois, como vimos, tiveram áudios destruídos. Foi obrigada uma operação policial para descobrir desmandos na Petrobras.”

A Petrobras está em crise desde que a Operação Lava Jato descobriu um esquema de corrupção envolvendo funcionários da empresa, autoridades, servidores públicos e empreiteiras.

O deputado afirmou que já havia mandado instalar, a pedido da Petrobras, um computador com câmeras para evitar que os vazamentos voltem a ocorrer. “Vamos garantir o sigilo do que for sigiloso, mas recorrer ao MP soa como intimidação”.

ÁUDIOS

A Folha de S.Paulo teve acesso a áudios e atas de reuniões da Petrobras que mostram que o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou impedir a divulgação de um cálculo encomendado pela própria estatal que indicava perdas de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da estatal.

Em outra reunião, ocorrida três semanas antes do primeiro turno das eleições de 2014, a então presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu em reunião do conselho de administração um reajuste de “dois dígitos” nos preços dos combustíveis até o fim do ano, para “segurar a companhia” em 2015.

Durante reunião ocorrida em dezembro de 2014, Graça disse ter discutido com “os comandantes da República” a demissão coletiva de toda a diretoria como moeda de troca para tentar debelar a crise na estatal. Ela só deixou o cargo em fevereiro.

A ex-presidente da estatal Graça Foster ainda dividiu com integrantes do conselho preocupação até em ser presa e de ter que entregar bens durante reunião para discutir valores de baixa em balanço da estatal devido à corrupção e desvalorização de ativos.

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