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Lava Jato

Petrolão repetiu esquema de compra de apoio parlamentar, diz MPF

Procuradores da força-tarefa da Lava Jato. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

O procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, afirma que o esquema de corrupção na Petrobras utilizou o mesmo procedimento do mensalão: a compra de parlamentares para formação de apoio ao governo. Segundo os investigadores, o ex-ministro José Dirceu, preso nesta segunda-feira (3) em nova fase da Lava Jato, foi um dos responsáveis por criar e comandar o esquema na estatal, ainda quando esteve à frente da Casa Civil, durante o primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Além da compra de apoio parlamentar, diz Lima, no petrolão o ex-ministro também foi beneficiado de maneira pessoal, com recebimento de propina e outros pagamentos, como relacionados a imóveis. Lima justificou a prisão de Dirceu – que já estava cumprindo pena em prisão domiciliar em razão de sua condenação no mensalão – afirmando que ele continuou recebendo valores oriundos da corrupção na Petrobras durante as investigações do mensalão e mesmo após ser preso após o julgamento daquela ação. Não temos porque crer que, agora, em prisão domiciliar, ele deixaria de receber [do esquema na Petrobras]. Isso inclusive atenta contra a ordem pública”, disse.

Os investigadores afirmam que o lobista Fernando Moura, também preso nesta segunda (3), foi quem indicou Renato Duque para Dirceu, que era responsável pelas nomeações no primeiro governo Lula. “Dirceu era aquele que tinha responsabilidade de indicar nomes. Ele aceitou a indicação de Duque para a diretoria de Serviços na Petrobras, e essa diretoria começou um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema de corrupção na Petrobras”, disse Lima.

Segundo o procurador, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria – outro que foi preso, assim como Roberto Marques, ex-assessor do petista – terá que explicar a ida às empresas envolvidas na Lava Jato enquanto o ex-ministro estava preso.

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