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A segurança nos dois prédios que servem de alojamento para estudantes da Universidade de Brasília (UnB) foi reforçada. Além dos dois vigias que ficam na entrada de cada bloco, outros quatro vão monitorar os andares. O incêndio em três apartamentos ocorreu na madrugada desta quarta-feira (28). Dez estudantes, todos vindos de países africanos, estavam nos imóveis.

Apesar de os alunos afirmarem que há dois anos sofrem perseguição de estudantes brasileiros, o reitor da UnB, Timothy Mulholland, disse que só soube de uma briga e das pichações na frente dos apartamentos há seis meses. "Eles ficarão seguros e em condições de levar sua vida, de estudar. Até que o assunto seja esclarecido, as instalações restauradas e um novo entendimento sobre esse processo seja amadurecido", disse o reitor da UnB.

Fotos feitas pelos alunos mostram, ao lado de cada porta, cruzes e a palavra "playboy". Em outra pichação, a expressão "morte aos estrangeiros". O reitor evitou falar em racismo e disse que os estudantes foram alojados em outros imóveis da universidade e que já pediu proteção da Polícia Federal para esses alunos.

Durante toda a quarta-feira, a Polícia Federal (PF) colheu impressões digitais no local do crime e ouviu, além das vítimas, testemunhas que moram do prédio. O delegado Francisco Serra Azul, responsável pela investigação, já tem os suspeitos de atear fogo nos apartamentos e aguarda novos dados para pedir a prisão preventiva deles.

Serra Azul disse que o incêndio foi criminoso e a pena prevista é de cinco a dez anos de reclusão. Também não descarta crime de racismo. "Vamos reunir o que nós já temos, ver o nome das pessoas possivelmente envolvidas e das testemunhas, e ouvir todos com tranqüilidade. Não temos pressa para apontar culpados. Nós temos que seguir a nossa investigação", afirmou o delgado.

A PF disse que ainda não recebeu o pedido de proteção para os estudantes. Também não informou qual foi a substância inflamável usada para causar o incêndio. A UnB abriu sindicância e disse que, se os culpados forem estudantes ou funcionários da universidade, eles podem ser suspensos e até expulsos. O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, que acompanha as investigações e repudia qualquer ato de violência.

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