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Corrupção

PF investiga propina de R$ 52 mi no metrô de SP, diz jornal

Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que Polícia Federal apura suposto esquema de pagamento por meio de empresas de consultoria

Metrô de São Paulo: pagamento de consultorias, segundo a PF, seria para maquiar a propina | Luiz Carlos Muraskas/Folhapress
Metrô de São Paulo: pagamento de consultorias, segundo a PF, seria para maquiar a propina (Foto: Luiz Carlos Muraskas/Folhapress)

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada ontem informa que a Polícia Federal investiga empresas acusadas de fraude em licitações de trens e metrô no estado de São Paulo por suposto pagamento de propina de R$ 52 milhões a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990. Segundo o jornal, a investigação da PF está centrada em empresas de consultoria, suspeitas de repassar a propina.

As atividades das consultorias teriam sido identificadas em 2008 pela PF em investigação de negócios da multinacional francesa Alstom com empresas do setor elétrico e de transporte controladas pelo governo paulista no período de 1998 e 2008, quando o PSDB comandou o estado.

Em 2012, de acordo com a reportagem, a PF também passou a investigar empresas denunciadas pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como participantes do suposto cartel que fraudava licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A Folha de S.Paulo informou ainda que a Polícia Federal teria examinado a movimentação financeira de quatro consultorias. A conclusão foi de que elas receberam repasses da Alstom e de outras duas empresas suspeitas de integrarem o cartel: a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.

A reportagem cita que políticos e funcionários ligados ao PSDB seriam suspeitos de receber propina. Segundo a PF, a Alstom pagou R$ 45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. A empresa também teria transferido R$ 4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo. Marinho foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997.

A atual diretoria da Alstom diz desconhecer as investigações. Em depoimento à polícia, Villas Boas e Indelicato negaram que que o dinheiro fosse destinado a políticos.

Já a Bombardier e a Tejofran pagaram R$ 1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto.

A Bombardier diz que contratou a BJG para assessorá-la em concorrências, fazendo pagamentos "absolutamente lícitos". A Tejofran diz que os valores pagos são compatíveis com as consultorias. Fagali Neto diz que pode provar que suas consultorias existiram.

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