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No xadrez

PF prende ex-deputado envolvido com a máfia dos sanguessugas

A Polícia Federal prendeu na tarde desta segunda-feira, no aeroporto de Brasília, o ex-deputado Lino Rossi (PP-MT), que não disputou a eleição do ano passado. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Mato Grosso. Acusado de fazer parte da máfia dos sanguessugas, Rossi foi preso quando se preparava para embarcar em um vôo da TAM para São Paulo. Ele foi algemado, mas não esboçou reação. Nesta terça-feira, será transferido para um presídio de Cuiabá (MT).

Mais de 70 parlamentares e ex-parlamentares (69 deputados e três senadores) foram acusados de apresentar emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias superfaturadas em troca de comissões. O dinheiro seria destinado para prefeituras que faziam licitações já acertadas para beneficiar a Planam, que conseguia a liberação do recurso com o Ministério da Saúde.

Mais de 30 parlamentares já foram indiciados pela PF nos inquéritos no Supremo e na Justiça Federal de primeira instância. Eles são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha, entre outros crimes.

Entre os parlamentares indiciados está o senador Magno Malta (PR-ES), acusado de receber um Fiat Ducato para apresentar uma emenda ao Orçamento que destinaria recursos para a compra de ambulâncias que seriam vendidas por Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e acusado de ser o chefe da máfia dos sanguessugas. Na época, Malta argumentou que não recebeu o veículo da empresa, como dissera Vedoin em depoimento à Justiça de Mato Grosso. O senador disse que o carro lhe foi emprestado por Lino Rossi porque precisava de um veículo grande para transportar integrantes de sua banda gospel.

A PF trabalhou com informações de que mais de 80 parlamentares estariam envolvidos no esquema, com base numa lista feita pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lima, acusada de defender os interesses da quadrilha no governo federal. Muitos não conseguiram se reeleger e agora respondem a processo na 2ª Vara Federal de Mato Grosso. Por ter foro privilegiado, o caso de Malta tramita no Supremo Tribunal Federal.

Apenas cinco dos 69 deputados acusados foram reeleitos

O escândalo dos sanguessugas fez um ano no dia 4 de maio. Em recente levantamento, o jornal "O Globo" mostrou que, apesar de apenas cinco deputados terem sido reeleitos, 13 ex-parlamentares citados pela CPI dos Sanguessugas presidem os diretórios de seus partidos nos estados. Além disso, pelo menos outros sete ex-parlamentares citados pela CPI, mesmo sem mandato, estão sempre em Brasília e até ajudam na liberação de recursos para suas regiões.

Dos 44 acusados de ligação com a máfia dos sanguessugas que disputaram a eleição ano passado, embora a maioria não tenha sido reeleita, sete podem voltar ao Congresso. Eles ocupam a primeira suplência de suas coligações e têm chances de assumir o mandato na Câmara em 2008, quando ocorrerão eleições municipais. Se algum deles vier a assumir, estará livre do risco de ter o processo reaberto na Câmara.

Eles terão direito a esse privilégio, caso voltem para a Câmara, porque em abril o Conselho de Ética aprovou a tese de que acusações ocorridas em legislaturas passadas não têm valor. Venceu o ponto de vista de que os acusados já foram julgados pelas urnas.

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