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Operação Moeda Verde

PF prende políticos e empresários acusados de fraude em licenças ambientais

Entre os empresários acusados estão o dono da incorporadora que ergueu o balneário mais sofisticado de Florianópolis e o proprietário de um dos melhores resorts do país

Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba (Foto: Divulgação/Grupo Jam)

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira 20 pessoas - 18 em Santa Catarina e duas no Rio Grande do Sul - acusadas de negociar licenças ambientais para construções em áreas protegidas. Foram expedidos 22 mandados de prisão temporária contra seis servidores públicos, dois vereadores, três secretários municipais e vários empresários da construção civil. Entre os acusados estão o dono da incorporadora que ergueu o balneário mais sofisticado de Florianópolis - o Costão do Santinho - e o proprietário de um dos melhores resorts do país.

Segundo a polícia catarinense, servidores de órgãos ambientais receberiam propinas de empresários para liberar as licenças de construção. Para o delegado Raimundo Barbosa, da PF em Santa Catarina, o vereador Juarez Silveira (sem partido) é o líder do grupo.

Batizada de "Moeda Verde", a operação da PF investiga crimes contra a ordem tributária, falsificação de documento, uso de documento falso, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência.

Só não foram cumpridos dois mandados de prisão. Um deles contra o vereador Marcílio Guilherme Ávila, presidente da empresa de turismo da capital catarinense, a Santur, e outro contra o empresário Paulo Cezar Maciel da Silva, um dos donos do recém-inaugurado Shopping Iguatemi. Os dois prometeram se apresentar à PF na sexta-feira. Ávila está em Buenos Aires e o paradeiro de Maciel da Silva não foi divulgado.

Além das prisões, os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências. De acordo com o delegado Raimundo Barbosa, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão foram apreendidos pela manhã.Operação da PF prende em Florianópolis fraudadores de licença ambiental - Reprodução de TV

Em entrevista coletiva, a delegada da PF, Júlia Vergara, afirmou que as investigações começaram há nove meses e tinham como alvo inicial um empreendimento em Jurerê Internacional, no norte da Ilha de Santa Catarina. A partir daí, foram investigados pelo menos outros três empreendimentos de grande porte construídos em mangues, restingas e áreas de marinha da Ilha. Todos foram licenciados de forma irregular através de "vantagem indevida".

- Constatamos pagamento de valores em espécie, troca de favores entre órgãos públicos e uso de carros que configuram vantagem indevida - disse Júlia Vergara.

No final da tarde, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, afastou temporariamente dos cargos os seis suspeitos que ocupam cargos públicos na prefeitura. Dário também determinou a abertura de um processo administrativo na Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).

Sobre as irregularidades na concessão de licenças ambientais, o prefeito se defendeu afirmando que as licenças dos shoppings Floripa e Iguatemi foram liberadas antes da sua gestão. Em relação ao empreendimento Il Campanario, na praia de Jurerê Internacional, Dário diz que não há responsabilidade da prefeitura.

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