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Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola foi preso pela Interpol no Principado de Mônaco, próximo à região Sul da França. Ele está à disposição do governo brasileiro que já prepara o pedido de extradição. Em 2005, ele foi condenado a 13 anos de prisão por perculato e gestão fraudulenta de instuição financeira, no período em que era dono do banco Marka.

O nome de Cacciola estava incluído na "difusão vermelha", uma lista da Interpol com o nomes dos foragidos mais procurados do mundo. Na época do julgamento, o ex-banqueiro já tinha deixado o Brasil e, por isso, foi condenado à revelia, ou seja, sem a defesa por parte do acusado.

Segundo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, no máximo até terça-feira o pedido de extradição de Cacciola, que já está pronto em italiano, será traduzido para o francês e ecaminhado para o governo de Mônaco. O pequeno país, localizado na costa mediterrânea da França é considerado um paraíso fiscal, ou seja, região onde os investidores não pagam impostos sobre renda e nem sobre bens.

Banco de Cacciola recebeu ajuda do BC

O Marka faliu a com a maxidesvalorização do real, no íncio 1999. O banco apostou na estabilidade do real, enquanto as demais instituições financeiras se prepararam para a alta do dólar. O banco tinha contratos de venda no mercado futuro de dólar em valor igual a 20 vezes o seu patrimônio, todos apostando na estabilidade cambial. Com a desvalorização, Cacciola ficou sem poder honrar os compromissos e pediu ajuda ao Banco Central, usando de intermediário Luiz Bragança, amigo de Francisco Lopes, então presidente do BC.

A decisão do Banco Central foi de injetar R$ 1,6 bilhão no Marka e no banco Fonte Cindam, que enfrentava problemas semelhantes. A justificativa do BC foi que era preciso evitar a quebra dos bancos para evitar que os efeitos se espalhassem e atingissem o mercado financeiro como um todo. A decisão foi bastante questionada e gerou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que concluiu que a operação causou prejuízo aos cofres públicos.

Cacciola saiu do país há sete anos, dias depois de ter obtido um habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello. Antes da decisão, o ex-banqueiro passara 37 dias detido na carceragem do Ponto Zero, em Benfica, no Rio.

Extradição já tinha sido negada pela Itália

Cinco dias depois da libertação, o ministro Carlos Velloso, então presidente do Supremo, determinou o retorno de Cacciola à prisão. Mas o ex-dono do Marka já estava fora do país. Procurado pela Polícia Federal e pela Interpol, Cacciola teve seu paradeiro descoberto em novembro de 2000.

O ex-banqueiro foi localizado por uma equipe de reportagem da TV Globo, vivendo em um pequeno apartamento próximo ao Vaticano. Ele declarou ter saído do Brasil de carro, pelo Uruguai, e afirmou não ter a intenção de voltar ao país.

Na época, o governo italiano negou o pedido de extradição feito pelo Brasil com a argumentação de que a Justiça brasileira também costuma negar a extradição de cidadãos brasileiros. Em março de 1997, o STF recusou o pedido de extradição de Karam Khalil Nagib, um libanês naturalizado brasileiro que teve sua prisão decretada por um juiz de Palermo, na Itália, por envolvimento com o tráfico internacional de drogas.

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