
A Polícia Federal de Paranaguá solicitou à Justiça a quebra de sigilo fiscal e bancário de 13 envolvidos na Operação Juçara, deflagrada no mês passado e que resultou na prisão de 18 pessoas envolvidas na extração ilegal de palmito nas áreas de Mata Atlântica, no litoral do Paraná. Entre os detidos estão o ex-prefeito de Guaratuba José Ananias dos Santos e dois ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná Doris e Cezar Renato Tozetto, empregados, respectivamente na presidência da Casa e no gabinete do presidente, o deputado Nelson Justus (DEM). Os dois pediram exoneração após a Gazeta do Povo mostrar o vínculo deles com o Legislativo.
A intenção dos policiais federais é cruzar os dados da movimentação das contas-correntes dos envolvidos, com a declaração de bens na Receita Federal e as informações colhidas ao longo da investigação. "Queremos saber se o que é declarado à Receita é compatível com a qualidade de vida que eles ostentam", afirmou o delegado Michael de Assis Fagundes.
O ex-prefeito Ananias, que permanece preso no Regimento de Cavalaria Coronel Dulcídio, em Curitiba, possui, por exemplo, uma marina e uma casa à beira da Baía de Guaratuba, além da Indústria de Conserva Palmeira, alvo da Operação Juçara.
Segundo o delegado da PF, outro objetivo também é verificar a situação bancária e fiscal do casal Doris e Cezar Tozetto, que trabalhavam na fábrica e também eram funcionários da Assembleia. A Polícia Federal desconfia que o casal poderia não receber o salário a que tinha direito, já que não havia declarado nos depoimentos o segundo "emprego" na Assembleia. "Vamos verificar se o dinheiro (da Assembleia) caía na conta deles ou não. Se eles declaravam ou não esta fonte de renda", disse Assis.
O pedido de quebra do sigilo fiscal e bancário dos envolvidos na Operação Juçara exclui apenas os cinco sitiantes presos. Os demais estão incluídos na requisição feita à Justiça. Além do ex-prefeito e do filho dele, o atual vice-prefeito de Guaratuba, José Ananias dos Santos Júnior, o pedido incluiu agentes públicos, como o chefe da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), Mordecai Magalhães de Oliveira; o fiscal do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Francisco Antônio de Oliveira; o sargento da Polícia Militar Valmir Santana Filho; e o procurador-geral de Guaratuba, Jean Colbert Dias.



