Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
lava jato

PF terá que explicar porque cobriu nomes do governo com tarjas pretas

José Eduardo Cardozo (de óculos), ministro da Justiça, está entre os nomes citados por Marcelo Odebrecht. | Lula Marques/ Agência PT
José Eduardo Cardozo (de óculos), ministro da Justiça, está entre os nomes citados por Marcelo Odebrecht. (Foto: Lula Marques/ Agência PT)

A superintendência da Polícia Federal do Paraná deverá se pronunciar nesta quarta-feira (22) por que cobriu com tarjas pretas os nomes de integrantes do primeiro escalão do governo Dilma Rousseff e de políticos nas interpretações sobre as notas escritas pelo empresário Marcelo Odebrecht em seu telefone celular.

Entre os nomes cobertos com tarjas estão o do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), do advogado-geral da União Luís Inácio Adams, do senador José Serra (PSDB-SP) e o do governador Fernando Pimentel (PT-MG).

Outros políticos – mesmo com foro privilegiado, como o vice-presidente Michel Temer e o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) – foram mencionados textualmente no relatório que analisa o conteúdo das anotações do empresário.

Anexado aos autos da Lava Jato, o relatório de análise da PF encontrou indicativos de que o dono da Odebrecht tentou deter o avanço da Operação Lava Jato – o que a defesa do empresário nega.

As citações a políticos estão cifradas e o contexto das anotações capturadas no celular do empresário não permite compreender imediatamente por que Odebrecht mesclou as iniciais dos políticos em meio a anotações relacionadas à estratégia da companhia para conter os danos provocados pela investigação do esquema de corrupção na Petrobras.

FP (Fernando Pimentel, segundo a polícia) é citado em uma anotação, sem data, no celular do empresário ao lado de uma frase considerada enigmática pelo analista da Polícia Federal: “ela cai eu caio”.

Um e-mail do dia 9 de janeiro de 2013, catorze meses antes da eclosão da Lava Jato, tem o título “Pedido específico blindagem JEC”. O mesmo analista, que concluiu que JEC seria o ministro José Eduardo Cardozo, afirma que “não é possível precisar qual seria a razão do pedido de blindagem”. O conteúdo do e-mail tampouco esclarece.

No mesmo e-mail há as anotações “Adiantar 15 p/JS”.

Na análise da PF, JS é José Serra, mas não há qualquer explicação sobre o significado da menção.

Adams, possível referência ao advogado-geral da União Luís Inácio Adams, é mencionado na mesma mensagem eletrônica.

No caso dele, segundo a polícia, o contexto estaria relacionado a uma discussão de créditos de uma produtora de etanol controlada pela Odebrecht em relação ao governo.

Outro lado

Por meio de nota, a assessoria do ministro José Eduardo Cardozo disse que não sabe do que se trata o e-mail encontrado no telefone de Marcelo Odebrecht.

Em nota, a assessoria do senador José Serra disse que ele “não tem a menor ideia do se trata”.

O subsecretário de Comunicação de Minas Gerais, Ronald Cavalcante, disse que o governador Fernando Pimentel não teria como comentar o caso por não conhecer nem por que as anotações foram feitas nem a razão da Polícia Federal ter concluído que FP seria Fernando Pimentel.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado-geral da União Luís Inácio Adams na noite desta terça-feira (21).

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.