Em coletiva nesta segunda-feira, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o deputado Rodrigo Maia (RJ), futuro comandante da sigla, divulgaram os detalhes da convenção nacional marcada para quarta-feira que vai oficializar a refundação da legenda. Além de eleger uma nova comissão executiva e um diretório nacional provisório, o PFL vai anunciar uma mudança de nome. Passará a se chamar Democratas, sem a denominação de partido, e assumirá a sigla DEM.
Os pefelistas divulgaram também um manifesto, definindo duas plataformas para o partido: direitos humanos e meio ambiente. Estabeleceram também cinco bandeiras: emprego, educação, saúde, habitação e segurança pública.
- Essa mudança é uma intenção da legenda de tirar o partido da acomodação e lutar pelo poder. A idéia é se preparar para 2008 e lançar candidatos próprios nos 200 maiores municípios brasileiros - disse Bornhausen, que admitiu também a intenção de lançar candidato próprio para a sucessão de Lula, em 2010.
Para o ex-senador, a ida do partido para a oposição levou a uma maior projeção nos grandes centros urbanos, uma mudança para uma legenda que fez seu nome nos grotões do país.
Bornhausen rebateu os questionamentos sobre a possibilidade da refundação do partido representar o fim da aliança com PSDB:
- Não existe em partido político nenhum cordão umbilical. Cada um tem vida própria. As circunstâncias é que levam às alianças. O momento é de ousar.
Os pefelistas anunciaram também que o partido terá 14 vice-presidentes temáticos, que funcionarão como um ministério paralelo do governo Lula, abrangendo áreas como assuntos econômicos, desenvolvimento social, educação, cultura e relações institucionais.
- É uma forma de dar um suporte maior para o presidente Rodrigo Maia. Eles vão fiscalizar e propor alternativas - explicou Bornhausen.
O presidente do PFL comentou também a crítica de Lula sobre a mudança de nome do partido. O petista teria dito recentemente que "se o PFL virar democrata, ele não quer mais ser democrata".
- O Lula é muito mais populista que democrata, por isso tem tanto preconceito em relação aos democratas.
Para PFL, Kassab é 'candidato natural' para prefeitura de SP
Bornhausen defendeu ainda a reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em 2008. O pefelista assumiu após a saída de José Serra, de quem era vice.
- Temos um candidato natural, confiamos em sua administração. Estamos confiantes em sua candidatura e em sua vitória - disse Bornhausen.
Em pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, o governo de Kassab foi avaliado com ruim ou péssimo por 42% dos paulistanos, contra apenas 15% que o consideram bom ou ótimo.
O presidente do PFL não quis comentar a possibilidade do PSDB lançar o ex-governador Geraldo Alckmin na disputa:
- Não vamos discutir assuntos de outros partidos - desconversou.
Bornhausen minimiza ida de pefelistas para a base aliada
Bornhausen disse não estar preocupado com a ida de parlamentares eleitos pela oposição para partidos da base aliada. O PFL, que elegeu 65 deputados em outubro de 2006, tem agora apenas 58. Já o PR, legenda governista que mais atraiu parlamentares, passou de 25 para 40 nomes.
- Os cooptados representam uma lipoaspiração. Nos livramos dos que estão no mercado do balcão - avaliou Bornhausen.
O pefelista afirmou ver no troca-troca partidário sinais de mensalão:
- Não há indícios, mas evidências. É claro que se pode reproduzir o que foi feito no passado.



