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Escândalos na Petrobras

PGR busca provas contra políticos para atestar se delatores da Lava-Jato falaram a verdade

Procuradores que integram o grupo de apoio a Rodrigo Janot e força-tarefa do MPF no Paraná se reúnem na próxima semana

A Procuradoria Geral da República (PGR), responsável pelas denúncias de autoridades com foro privilegiado, busca provas para atestar a veracidade dos depoimentos dos delatores do esquema de desvios da Petrobras e para evitar acusações e pedidos de investigações somente com base em provas testemunhais.

É este o principal objetivo do encontro entre os procuradores da República que integram o grupo de apoio ao procurador-geral, Rodrigo Janot, e os integrantes da força-tarefa estruturada no Ministério Público Federal (MPF) no Paraná para investigar os desdobramentos da Operação Lava-Jato no âmbito da primeira instância.

Os dois grupos se reúnem em Curitiba na próxima semana. Integrantes dos grupos ressaltam que a investigação sobre a participação dos políticos no esquema, a cargo da PGR, tem como "ponto de partida" as provas já produzidas pela força-tarefa em Curitiba.

"Os fatos só estão cindidos porque há pessoas com foro privilegiado. Toda a fraude começa com os fatos investigados na primeira instância e acaba em políticos que têm foro, recebendo dinheiro do esquema. Essas provas têm de ser aprofundadas. É preciso verificar o embasamento dos depoimentos, se há alguma mentira dos colaboradores", diz um integrante da força-tarefa.

A base para a investigação dos políticos com foro – entre 30 e 40, conforme as informações iniciais – são os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que assinaram acordos de delação premiada, validados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O MPF no Paraná conduziu os depoimentos e os encaminhou à PGR, por conta das citações às autoridades com foro. Já na próxima semana, com a retomada do STF, Janot deve pedir o desmembramento dos casos e a remessa à primeira instância dos casos de políticos que ficaram sem mandato eletivo – sem foro no STF, portanto.

"É preciso ir além da prova testemunhal. Não se trabalha só com prova testemunhal. É preciso comprovar um saque de dinheiro, o montante pago, o percurso dos recursos", diz o integrante da força-tarefa.

As primeiras denúncias e os pedidos de abertura de inquéritos no STF, a cargo do procurador-geral, devem ser feitos só depois do feriado de Carnaval, que neste ano é dia 17 de fevereiro, conforme a expectativa de procuradores envolvidos nas investigações. Com o entendimento de que as apurações se complementam – a da primeira e a da última instância –, o grupo da PGR e a força-tarefa em Curitiba se encontrarão na próxima semana para o compartilhamento de provas.

No último dia 19, Janot designou oito auxiliares na investigação sobre políticos, mais integrantes do gabinete do procurador-geral. O grupo é comandado pelo procurador regional Douglas Fischer, um dos auxiliares mais presentes no gabinete de Janot. Já a força-tarefa em Curitiba funciona desde abril do ano passado e foi responsável pelas denúncias contra executivos e donos de empreiteiras que participavam do esquema de pagamento de propinas na Petrobras. Onze deles permanecem em prisão preventiva no Paraná.

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