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A Polícia Civil de Cuiabá (Mato Grosso) vai ouvir novamente o piloto e o co-piloto do jato Legacy, que bateu no Boeing da Gol no dia 29 de setembro. O plano de vôo do jatinho mostrou uma contradição com o depoimento deles.

O documento previa que o jato viajasse a 37 mil pés, 36 mil pés e 38 mil pés de altitude. No momento do choque, o Legacy estavaria a 37 mil pés (cerca de 11 mil metros).

O plano de vôo, emitido em São José dos Campos (SP), de onde o jato partiu, põe fim à suspeita de falha por parte dos controladores de rota no Brasil.

A data do novo interrogatório não foi marcada.

Versões contraditórias no 1º depoimentoNos depoimentos à polícia em 30 de setembro, o piloto do jato Legacy, Joe Lepore, e o co-piloto, Jan Paladino, disseram que estavam autorizados a voar a 37 mil pés de altitude e que isso estava definido no plano de vôo apresentado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).

Depoimento leviano

O ministro da Defesa, Valdir Pires, contestou as declarações. ''A mim, me parece um depoimento leviano, que não é responsável. De Brasília para cima, no plano de vôo que está escrito e que não foi alterado, a ordem geral e viajar em vias de números pares'', afirmou.

O plano de vôo do Legacy contradiz a versão dos pilotos. O documento, que traz o prefixo do avião e o código do piloto, Joe Lepore, revela que o Legacy tinha que voar a 37 mil pés só de São José dos Campos até Brasília. Depois, o avião deveria descer a 36 mil pés.

Cerca de 500 quilômetros depois, quando cruzasse um ponto virtual de controle aéreo conhecido como Posição Teres, o Legacy deveria mudar de altitude de novo para 38 mil pés. Nesse momento, os dois aviões estariam a 600 quilômetros um do outro.

Especialistas em aviação civil dizem que o jato Legacy deveria ter mantido o plano de vôo, mesmo que estivesse sem comunicação com o centro de controle aéreo. Se o piloto tivesse feito isso, o avião estaria a 38 mil pés no local do acidente, e a colisão teria sido evitada.

O Legacy passaria por cima do avião da Gol, que estava a 37 mil pés. O delegado da Polícia Federal em Cuiabá, Ricardo Sayão, chega a Brasília nesta terça-feira (10) para ouvir os controladores de vôos que estavam trabalhando na hora do acidente.

Resgate

O Legacy, que levava sete pessoas, realizou um pouso de emergência logo depois de se chocar com o Boeing da Gol.

O avião da companhia brasileira caiu em uma região de mata fechada, em Mato Grosso, e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram.

Equipes da Aeronáutica e do Exército já retiraram 143 corpos da mata.

Noventa vítimas já foram identificadas pelos peitos do Instituto Médico Legal de Brasília.

Os trabalhos de busca foram retomados na manhã desta terça. O comando da operação de resgate acredita que alguns corpos possam estar embaixo dos detroços do Boeing.

Investigações

A Força Aérea Brasileira (FAB), por enquanto, não confirma, mas peritos que acompanham os trabalhos e participam das buscas e dos trabalhos de resgate contaram que investigadores norte-americanos estiveram sobrevoando e participaram de algumas buscas pelos destroços na segunda-feira (9).

Os peritos ainda não sabem se os investigadores norte-americanos voltam para a Fazenda Jarinã, onde fica a sede da operação de resgate, nos próximos dias. Eles fariam parte de uma equipe internacional que acompanham as investigações da FAB.

Um diretor da Gol também sobrevoou a área do acidente e desceu em uma das clareiras na segunda.

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