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Prédio do polêmico triplex que pertenceu ao ex-presidente Lula no Guarujá, litoral de SP. | Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Prédio do polêmico triplex que pertenceu ao ex-presidente Lula no Guarujá, litoral de SP.| Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Além do condomínio Solaris, no Guarujá, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teve um apartamento, a força-tarefa da Operação Lava Jato investiga outros empreendimentos que eram da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e foram assumidos pela OAS. Os investigadores apuram crimes de sonegação e ocultação patrimonial, além de indícios de que parte dos imóveis tenha sido usada para repasse de propina. Um dos apartamentos investigados é o do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, dono de imóvel registrado em nome da empreiteira OAS em bloco do Residencial Altos do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo.

O apartamento tem área total de 100,6 metros quadrados e está situado no segundo andar do bloco B do residencial, no bairro Butantã. Por meio de sua assessoria, Freitas negou qualquer crime e disse ter comprovantes de quitação do imóvel. Ele disse que, apesar de ter pagado pelo apartamento “há três ou quatro anos”, ainda não tomou providências para alterar o registro em cartório. Diante da divulgação do caso, disse que pretende fazer a transferência de registro nesta segunda-feira (1.º).

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Em despacho da Operação Lava Jato na última quarta-feira, chamada de “Triplo X”, o juiz Sergio Moro atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) de determinar a apreensão, nas sedes da OAS e da Bancoop, de documentos referentes a quatro empreendimentos, entre eles o Altos do Butantã, onde Vagner tem seu apartamento, e o Mar Cantábrico, atual condomínio Solaris, no Guarujá, onde a família do ex-presidente Lula era dono de apartamento que atualmente está em nome da OAS e foi o único a passar por uma reforma bancada pela construtora.

Segundo os procuradores da Lava Jato, o objetivo é “verificar se houve ou não algum tratamento desigual em relação aos ex-cooperados” vinculados aos imóveis. O alvo inicial da força-tarefa era imóveis relacionados ao ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que está preso desde abril de 2015 e foi condenado a 15 anos de prisão na Lava Jato. A investigação deve ser ampliada com base no material colhido nesta semana.

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No passado, Vagner dividiu com Vaccari funções na Bancoop; em 2007, o atual presidente da CUT assinou pareceres na condição de conselheiro fiscal da cooperativa. A Polícia Federal investiga um imóvel adquirido pela mulher do ex-tesoureiro petista, Gilselda Rousie de Lima, no condomínio Solaris, no Guarujá. Ela declarou o apartamento no imposto de renda, embora ele esteja registrado em nome de uma funcionária da OAS. A suspeita da força-tarefa é que o imóvel tenha sido usado para lavagem de dinheiro e que o ex-tesoureiro o teria recebido como suborno da empreiteira.

Uma cunhada de Vaccari também é investigada sob suspeita de ter usado um imóvel no Guarujá para receber propina da OAS no Solaris. Em 2011, Marice Corrêa de Lima comprou um apartamento por R$ 150 mil. Dois anos depois, a OAS recomprou o imóvel por R$ 432,7 mil. A construtora o revendeu em seguida, amargando prejuízo, por R$ 337 mil.

Também estão sob investigação outros apartamentos em nome da OAS e da offshore Murray Holdings, criada pelo escritório Mossack Fonseca, alvo da operação. Presa na operação, a publicitária Nelci Warken seria responsável pela offshore, embora não tivesse patrimônio suficiente para realizar os negócios operados pela Morray, conforme detectaram os investigadores. A reportagem perguntou à assessoria da OAS por que o apartamento de Vagner Freitas continua em nome da empreiteira, mas ela não respondeu.

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