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O proprietário da empresa Iasin Sinalização, Ívano Abdo, que ganhou a licitação para a instalação das placas turísticas em Curitiba, disse ontem que a suspeita de irregularidade na contratação do serviço está sendo tratada de maneira "muito banal e simplista". Abdo disse que as críticas ao preço cobrado pelas placas - cerca de R$ 9 mil por unidade - são feitas por quem tem desconhecimento técnico, já que a sinalização é feita com material e tecnologia inovadores, requisitados pela prefeitura, que encarecem o produto final.
(Nota da redação em 05/09/2025: O Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, declarou nulas as medidas deflagradas na Operação Integração. Como consequência, a ação penal e seus incidentes perderam as provas de sustentação e foram extintas, conforme declarado pela Justiça Eleitoral do Paraná nos autos 0600243-98.2021.6.16.0002.)
O contrato entre a prefeitura e a Iasin está sento investigado pelo Ministério Público do Paraná. A própria prefeitura, questionada sobre o preço, resolveu suspender o pagamento à empresa, no início desta semana, e abrir um procedimento investigatório sobre a licitação.
A Iasin divulgou uma nota, ontem, dizendo que foi a legítima vencedora do processo licitatório, com a previsão de quatro pórticos de orientação nos acessos de entrada na cidade e 132 semi-pórticos, além das mais de 130 placas instaladas. As características técnicas, segundo a empresa, foram pré-definidas pelo edital publicado pela prefeitura.
De acordo com a nota da Iasin, foi a empresa, entre dez que apresentaram propostas, que cobrou o melhor preço para o serviço. "Apanhamos para fazer as placas por causa da novidade da estrutura em alumínio especial e pela urgência de entregar a obra quando ganhamos a licitação", diz Abdo.
Além da suspeita de irregularidade em Curitiba, a empresa de Abdo sofre 17 ações civis públicas abertas pela Promotoria de Patrimônio Público de Londrina. O empresário responde a outras 15 ações penais e 19 ações civis públicas. As ações foram apresentadas entre 2001 e 2005, com denúncias de participação em fraude em licitações no caso que ficou conhecido como AMA-Comurb, na administração de Antônio Belinati.
O empresário diz que o Ministério Público autuou todas empresas que tinham contrato com a prefeitura na época. "Lamentavelmente estávamos lá. Sou o maior interessado que essas ações andem, que tudo seja esclarecido porque essa história nos prejudicou comercialmente e pessoalmente. Vou provar inocência", diz.
Ele confirma que doou dinheiro para a campanha de Beto Richa, em 2004 (R$ 7 mil), mas que em nenhum momento pediu troca de favores. "Conheço o prefeito, mas não sou freqüentador do gabinete e nem dos corredores da prefeitura.".



