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Regime Diferenciado

Planalto pede apoio a prefeitos para agilizar licitações do PAC

Flexibilização dos contratos está em discussão na Câmara, mas foi criticada pela oposição. Mudança compensaria royalties, dizem ministras

“Se há condições de fazer mais rapidamente e com preço menor, porque não estender para o PAC também? A legislação tem de acompanhar a realidade. O TCU aprova essa iniciativa.”Miriam Belchior, ministra do Planejamento | Elza Fiúza/ABr
“Se há condições de fazer mais rapidamente e com preço menor, porque não estender para o PAC também? A legislação tem de acompanhar a realidade. O TCU aprova essa iniciativa.”Miriam Belchior, ministra do Planejamento (Foto: Elza Fiúza/ABr)

O governo federal quer o apoio dos prefeitos para aprovação na Câmara dos Deputados dos projetos que modificam a Lei de Licitações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a cobrança de ICMS no comércio eletrônico (e-commerce).

O primeiro projeto estende para o PAC o uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), previsto inicialmente apenas para as obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olimpícos. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que esse sistema, já utilizado nos aeroportos, reduziu para um terço o tempo das licitações e gerou economia de 15%.

"Se há condições de fazer mais rapidamente e com preço menor, porque não estender para o PAC também? A legislação tem de acompanhar a realidade. O TCU [Tribunal de Contas da União] aprova essa iniciativa, considera que ela é boa. Não tem risco adicional. Pelo contrário, reduz a possibilidade de conluio entre os participantes", afirmou Miriam, após evento da Marcha dos Prefeitos, em Brasília.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu apoio a essa proposta para acelerar as obras do PAC. Disse ainda que a mudança no ICMS contribuirá para melhorar a distribuição da arrecadação.

Essas duas propostas foram apresentadas por Ideli como alternativa ao projeto de redistribuição dos royalties do petróleo, tema que foi abordado pelos prefeitos na terça-feira, no mesmo evento, e rendeu vaias à presidente Dilma Rousseff. A ministra Ideli, por outro lado, foi aplaudida ontem ao tratar dessas questões. "Pelos aplausos, posso sair daqui contente e satisfeita, porque vamos fazer uma parceria nesses assuntos e trabalhar no Congresso Nacional."

Muitos prefeitos defendem que a nova forma de divisão de royalties, em discussão no Congresso, deve valer tanto para as áreas que ainda serão exploradas quanto para os campos em produção. A presidente sugeriu que eles brigassem "de hoje para frente", e não pelo que já foi licitado e dividido. Ideli afirmou que essa questão pode passar pelo Congresso, mas ser contestada na Justiça.

Câmara

A Medida Provisória que institiu o RDC está em discussão na Câmara e gerou muita discussão entre os governistas e a oposição na quarta-feira. Após o relator da matéria, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), confirmar que extendeu o RDC às obras do PAC e do sistema de ensino, lideranças do PSDB e do DEM ameaçaram obstruir a votação, que acabou sendo transferida para a semana que vem. A MP perde a vigência em 31 de maio e até lá precisa ser aprovada tanto pela Câmara como pelo Senado.

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