
Para conter a irritação no PMDB, que poderá ficar com espaço menor no governo depois da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula discutiram na última segunda-feira, no Palácio da Alvorada, uma fórmula para vincular a troca na Esplanada à formação dos palanques regionais nas eleições de outubro. Em reunião que durou cinco horas, Dilma e Lula definiram como estratégia tentar convencer o PMDB a se conformar com o "prejuízo" na reforma em troca do apoio de Dilma a seus candidatos nos estados.
A presidente se comprometerá a ir a palanques do PMDB onde haverá mais de um candidato da base aliada, como no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará em alguns casos, podendo disputar inclusive contra nomes do PT.
Na reunião de segunda-feira, Dilma e Lula só avançaram na substituição nos principais ministérios ocupados pelo PT: Casa Civil, Educação e Saúde. A maior dificuldade para fechar a reforma ministerial, que deverá ser anunciada no final do mês, é oferecer espaço ao PMDB e, ao mesmo tempo, agregar os novos aliados PTB, Pros e PSD a vaga na Esplanada deve ter como contrapartida o apoio formal à reeleição. Pelo menos nove ministros devem deixar o governo para disputar as eleições de outubro.
O principal nó da reforma é o PMDB, que dava como certo que emplacaria o senador Vital do Rêgo (PB) no Ministério da Integração Nacional. Mas o vice-presidente da República e presidente do partido, Michel Temer, foi informado pela própria Dilma que isso não acontecerá. O PMDB ainda deve perder o Ministério do Turismo para o PTB.
Os peemedebistas não aceitam como compensação o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Depois da rebelião ensaiada pelo PMDB, a presidente disse a Temer que deve dar outra pasta ao partido. Por exclusão, os peemedebistas presumem que será Portos ou Ciência e Tecnologia. Esta última não lhes agrada.



