A CPI das Invasões da Câmara de Curitiba ouviu ontem o coronel Amaro do Nascimento Carvalho, comandante do policiamento da capital pela Polícia Militar. Segundo o relator da CPI, vereador Roberto Hinça (PDT), o policial afirmou que seus poderes são limitados para promover reintegrações de posse de terrenos invadidos, pois ele tem de pedir permissão à Secretaria Estadual da Segurança.
"Por isso, segundo o coronel, ainda não houve a desocupação na invasão ocorrida no bairro Santa Quitéria [que já existe há mais de um mês]. O policial informou que, em determinadas situações, não compete a ele tomar atitudes e que só pode proceder com ordens superiores", afirmou o relator da CPI, contando que Amaro não soube ainda explicar os motivos e os critérios da Secretaria de Segurança para ordenar a desocupação de uma área invadida.
De acordo com o vereador, o comandante da PM explicou que em determinados tipos de invasão, mesmo com o mandado judicial, é preciso levar em consideração a situação do local e o número de pessoas.
Enquanto isso, os moradores vizinhos da ocupação estão preocupados. "As pessoas estão nervosas. Tiros são escutados constantemente e, nos fins de semana, ninguém consegue dormir", disse o morador do bairro Celso Ferreira da Costa. "O que está acontecendo traz insegurança", contou Josué Fanini, que também reside no bairro.
O coronel Amaro afirmou que deverá haver novidades em breve sobre a desocupação, pois o plano de estudo da situação do local já foi elaborado e submetido aos "canais de comando da PM e da Secretaria de Segurança".



