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Temer: conversa com Aécio em que o assunto foi a possibilidade de o vice assumir a Presidência. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Temer: conversa com Aécio em que o assunto foi a possibilidade de o vice assumir a Presidência.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O PMDB dá sinais cada vez mais claros de que voltou a articular alianças para montar um governo em que o vice Michel Temer assumiria a Presidência. Temer, conversou na no fim da tarde de quinta-feira (10), por telefone, com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para reforçar com ele a estratégia de reaproximação dos dois partidos. Segundo relatos, o tucano considerou que o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) já se exauriu e que Temer poderá ser uma alternativa de poder. Além disso, documento que será aprovado durante a convenção nacional do PMDB, no sábado (12), dirá que o compromisso do partido é com o país, e não com o governo.

Na quinta-feira, em conversas com integrantes do partido no dia seguinte ao jantar que selou a reaproximação entre PMDB e o PSDB, o vice-presidente foi orientado a manter o discurso de unidade da legenda. A estratégia é transmitir a imagem de que Temer consegue unir o partido e, dessa forma, ser um polo de atração para a negociação de uma futura coalizão de governo com outros partidos, caso Dilma sofra o impeachment. Nesse sentido, interlocutores de Temer já saíram em busca de outros partidos da base de Dilma, como PP e PR, para montar um possível governo pós-Dilma – que também contaria com o apoio dos tucanos.

Além disso, a convenção do PMDB deve marcar mais um passo de distanciamento do PMDB em relação a Dilma. O texto em que o partido vai sinalizar seu compromisso com o país e não com o governo, porém, ainda está sendo finalizado pelos principais líderes da sigla – entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); os senadores Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA) e Eunício Oliveira (CE); o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, e o ex-ministro Eliseu Padilha. Apesar do afastamento, o texto não deve fazer ataques ou críticas diretas a Dilma, nem citar o impeachment.

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Oficialmente, o PMDB vai tentar passar a imagem de que apenas está tentando costurar uma saída para a crise política que atinge o governo Dilma. “Vamos continuar conversando com o PSDB e com outros partidos. E conversei bastante com a presidente Dilma. Mais do que nunca, é hora de construir uma convergência em torno do interesse nacional”, disse Renan. “Mais do que nunca, é hora de pensarmos no Brasil, no consenso, no equilíbrio, na serenidade. Acho que dessa forma vamos construir saídas.”

O caminho do partido, porém, é o de liberar seus quadros para definirem seus votos no Congresso de acordo com suas convicções pessoais e regionais, o partido não entrega seus cargos, mas desembarca do governo, declarando independência em relação ao Planalto. “Nosso compromisso é primeiro com as ruas; em segundo lugar, com o Judiciário; e, em terceiro lugar, com o Congresso. A independência congressual sinaliza de forma clara o afastamento do governo”, disse um integrante da cúpula partidária.

Até abril

A cúpula do PMDB já calcula que até o final de abril Dilma terá o seu destino selado. Neste calendário, consta o julgamento do Supremo Tribunal Federal marcado para a próxima quarta-feira (16), no qual os ministros devem analisar os recursos contra decisão da Corte sobre o rito do impeachment no Congresso Nacional e a consequente deflagração do processo na Câmara.

A avaliação corrente é a de que, no dia seguinte à decisão do STF, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dará continuidade ao processo iniciado na Casa. Após passar pela Câmara, o procedimento deverá ser aprovado por maioria simples dos senadores, o que geraria afastamento imediato do cargo por 180 dias.

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