A polícia considera que o crime que provocou a morte de três pessoas e deixou uma mulher ferida, com 80% do corpo queimado, em Bragança Paulista, a 83 km de São Paulo, foi solucionado, afirmou nesta quarta-feira (13) o delegado Paulo Afonso Tucci, da Delegacia Seccional da cidade. "A gente entende que o caso foi concluído", diz o delegado.
Dois suspeitos estão detidos em presídios da região: o serralheiro Joave Severino Ribeiro, de 36 anos, e Luís Fernando Pereira, de 37, cunhado de Joave.
Pereira chegou a apontar a participação de um terceiro envolvido no crime em depoimento na terça-feira (12), segundo a polícia. "Fernando lançou essa idéia ontem (terça) de um terceiro indivíduo, todos nós desacreditamos dessa história, mas como foi uma hipótese lançada, nós temos que averiguar inclusive para desmontar a própria afirmação."
Ambos têm passagens anteriores pela polícia. Eles teriam ateado fogo a um carro em que estavam, amarrados, o menino Vinícius Faria de Oliveira, de cinco anos, o pai dele, Leandro Donizete de Oliveira, de 31, a mãe, Eliana Faria da Silva, de 32, e uma funcionária da loja de tecidos onde Eliana era gerente, Luciana Michele Dorta, de 27, internada com 80% do corpo queimado.
Joave foi preso na noite de segunda (11). A polícia chegou a ele após depoimento da sobrevivente. Ela lembrava do carro usado pelos criminosos usados na ação, das letras e de dois números da placa do veículo. O Detran cruzou os dados e conseguiu apontar o dono do veículo suspeito.
A polícia foi à casa do proprietário do carro, que informou ter vendido o veículo a Joave. Quando os policiais chegaram à residência do serralheiro, encontraram o carro - um Kadett vermelho - e notaram as queimaduras no braço esquerdo de Joave.
Ao ser preso, o serralheiro negou a autoria do crime. Segundo a polícia, na tarde de terça-feira, no entanto, ele confessou o crime e afirmou que o cunhado também teria participado da ação. Luís Fernando Pereira prestava serviços como eletricista há dez anos na loja de tecidos.
O eletricista, segundo o delegado, também confessou a participação no crime na tarde desta terça-feira e alegou em depoimento ter sido pressionado a participar do crime porque devia R$ 4,5 mil ao cunhado Ribeiro.
Os R$ 20 mil roubados do cofre da loja durante a ação ainda não foram encontrados. Ribeiro chegou a dizer à polícia, segundo o delegado, que a quantia teria sido queimada junto com o carro. A polícia não considerou a hipótese e investiga onde está o valor roubado.
Os dois suspeitos presos, segundo o delegado, "arquitetaram, executaram e fugiram juntos com o dinheiro. Segundo ele, o eletricista é conhecido das funcionárias da loja porque fazia manutenção elétrica há cerca de dez anos. "O Joabe entrou com o seu perfil perigoso de assaltante, aliado ao conhecimento da loja e das pessoas do cunhado."
Solvente
Segundo o delegado, Ribeiro carregava consigo um solvente e cogitava usá-lo contra as vítimas. Nucci afirmou ainda que os criminosos tinham um revólver, mas o perderam durante a ação. Ainda não está esclarecido a quem pertencia a arma, mas a polícia pretende fazer uma acareação entre os dois suspeitos, ainda sem data prevista.



