
A Polícia Federal em Minas Gerais vai pedir a quebra de sigilo bancário de Freud Godoy, secretário pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ínicio do seu governo. O pedido faz parte de inquérito aberto em Minas para apurar gastos de todas as empresas do empresário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por operar o esquema do mensalão.
O inquérito sobre a participação do ex-presidente foi aberto após o ministro Joaquim Barbosa remeter depoimento do empresário para a primeira instância.
O pedido de quebra de sigilo se baseia em depoimento do próprio Valério à Procuradoria-geral da República, no qual ele afirmou ter repassado dinheiro a uma empresa de Godoy para bancar despesas pessoais de Lula. Procurado, o advogado de Godoy não respondeu.
Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente, disse na época do depoimento de Valério que o dinheiro pode ter sido usado para pagar despesas de viagens do ex-presidente durante campanha eleitoral.
A transferência de dinheiro de Valério para Godoy já era conhecida. A CPI dos Correios, em 2005, identificou um repasse de dinheiro para a firma de Godoy em 2003.
Em oficio para a PF, o Ministério Público Federal pediu que a polícia tente descobrir no que o dinheiro foi gasto. No ofício, a Procuradoria chama o depoimento de Freud de desnecessário.
É a primeira vez que a Polícia Federal abre inquérito para investigar se Lula atuou no mensalão. Até ontem, o ex-presidente não havia feito comentário sobre a decisão da PF.



