O presidente da Galvão Engenharia, Dário de Queiroz Galvão Filho, foi preso preventivamente nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal em São Paulo. A prisão foi motivada pelas investigações da Operação Lava Jato, que apontaram que Dário Galvão era o mandante do esquema dentro da Galvão Engenharia.
O diretor-presidente e membro do conselho de administração do Grupo Galvão foi preso em sua casa, em São Paulo, na qual a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão. Ele é o segundo executivo do grupo a ir para a prisão na Lava Jato. Já está preso desde novembro Erton Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia. Fonseca foi transferido na segunda-feira (23) para o Complexo Médico Penal, em Pinhais.
Dário de Queiroz Galvão Filho é réu em uma das ações penais que resultaram da deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, em novembro do ano passado. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o responsável pelas deliberações internas da empresa acerca da participação no cartel, pelo oferecimento de propina a Paulo Roberto Costa e a outros empregados da Petrobras, e pelas operações de branqueamento de valores.
Além disso, Galvão foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como uma das pessoas com quem o núcleo de operadores mantinha contato para operacionalizar os repasses de propina.
De acordo com o despacho do juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão preventiva do executivo, Dário Galvão era mais responsável pelo esquema dentro da empresa do que Erton Fonseca, que já está preso. “A medida se justifica diante dos indícios supervenientes de que era Dário Galvão, como mandante, o principal responsável pelos crimes no âmbito da Galvão Engenharia”, diz um trecho da decisão.
Além disso, Moro sustentou a prisão baseado na tentativa de evitar que o executivo continuasse cometendo crimes. “O apelo à ordem pública, para prevenir novos crimes de lavagem, para prevenir que o produto do crime seja cada vez mais ocultado pelo investigado ou ainda em decorrência de gravidade em concreta dos crimes praticados, justifica a preventiva”, avaliou Moro.
Segunda prisão
Além de Dário Galvão, foi preso também nesta sexta-feira (27) o operador Guilherme Esteves, que atuava no estaleiro Jurong. Os dois foram transferidos para a carceragem da Polícia Federal de Curitiba no final da tarde e devem permanecer presos por tempo indeterminado.
A Galvão Engenharia é uma das 16 empreiteiras alvo da investigação sobre propinas, corrupção e carteirização na Petrobras. Executivos de seis delas já são réus em ações penais que tramitam na Justiça Federal de Curitiba: Engevix, OAS, Galvão Engenharia, UTC, Camargo Corrêa e Mendes Junior.
Ao todo, 11 executivos das empresas estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Outro executivo, Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, está cumprindo prisão domiciliar depois de firmar acordo de delação premiada com o MPF.



