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As imagens da execução de um inocente por um policial militar na Baixada Fluminense , conseguidas, com exclusividade, pelo jornal "Extra", chocaram a sociedade. O vigia Rubineu Nobre, de 29 anos, foi morto, sem chance de defesa, após reagir à agressão do cabo André Luiz da Fonseca, do 15º BPM. O policial havia lhe dado um tapa na cara, após abordá-lo em um posto de combustível em Duque de Caxias, em fevereiro. O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que o crime foi uma barbaridade, durante a inauguração do Estádio de Remo da Lagoa, nesta sexta-feira.

- O policial cometeu uma barbaridade e deve ser tratado como assassino - afirmou Cabral.

O governador, no entanto, não acredita que os policiais tenham ligação com grupos de extermínio na Baixada:

- Isso não é um fato de um grupo de extermínio. É um fato isolado de um PM débil-mental e imbecil. Não admitimos esse tipo de atitude.

O corregedor da Polícia Militar do Rio, o coronel Paulo Ricardo Paul, também condenou o comportamento do policial, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta sexta-feira. Segundo o coronel Paul, os policias devem fazer uso da arma somente quando a sua integridade física é ameaçada e não há uma outra alternativa.

- Se ele fez um disparo sem estar agindo em legítima defesa, efetuou um crime - afirmou o coronel, acrescentando que ainda não assistiu ao vídeo.

O coronel Paul disse que, em todos os cursos da Polícia Militar, é ensinado ao policial a não utilizar sua arma casa não esteja sendo ameaçado. De acordo com o corregedor, a abordagem dos policiais deve seguir procedimentos técnicos. No procedimento correto, explica, um reforço policial poderia ter sido chamado para controlar a situação. Ele disse ainda que episódios como o da morte do vigia são usados nos cursos de formação dos oficiais para que fatos da mesma ordem não voltem a acontecer.

- Pelas imagens que eu vi em foto, o comportamento dos policiais é totalmente reprovável - disse o corregedor.

Segundo o coronel Paul, o cabo foi afastado de suas funções e um inquérito administrativo foi aberto. Ele disse ainda que outros policiais também estão sendo afastados por desvio de conduta. Na quinta-feira, o comandante da PM do Rio de Janeiro, coronel Ubiratan Ângelo, admitiu, em entrevista à Rádio do Moreno, que já afastou mais de 150 policiais.

Policial é acusado de extorsão e seqüestro e outro de matar jovem

No mesmo dia em que o jornal "Extra" disponibilizou em seu site imagens de cenas da barbárie do cabo e do vigia, outros crimes envolvendo autoridades policiais ganharam destaque no noticiário do Rio. O soldado Marcelo de Oliveira Correia está preso há uma semana no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, acusado de ter extorquido dinheiro de uma vendedora ambulante e de seqüestrar o filho dela, de apenas 3 meses, em Teresópolis.

Em outro episódio, o estudante e mototaxista Cledison dos Santos, de 18 anos, foi assassinado, na manhã de quinta-feira, durante uma suposta operação da Polícia Militar na Favela de Manguinhos, em Bonsucesso. Aluno do 2º ano do ensino médio de uma escola particular, Cledison estava lendo jornal, em frente a uma padaria, quando quatro policiais entraram na comunidade. Segundo moradores, um deles teria feito o disparo que acertou o peito do adolescente.

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