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Popularidade de Dilma tem pior marca desde 2011

Desde o confisco da poupança, anunciado por Collor, a popularidade de um presidente não se deteriorava tão rapidamente

Em baixa: 44% consideram o governo de Dilma ruim ou péssimo | Ueslei Marcelino/Reuters
Em baixa: 44% consideram o governo de Dilma ruim ou péssimo (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Com o escândalo de desvios e propinas envolvendo a Petrobras dominando o noticiário, inflação e juros altos e a perspectiva de mais um ano sofrível na economia, a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) despencou e atingiu a pior marca desde o início de seu primeiro mandato, em janeiro de 2011. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que as avaliações de ótimo/bom da gestão Dilma desabaram de 42% dos entrevistados em dezembro, para 23% neste início de fevereiro. O resultado é ainda pior do que o registrado em junho de 2013, quando, em meio aos protestos que tomaram conta do país, a popularidade da presidente caiu de 57% para 30% em três semanas.

Em movimento inverso, o índice dos que consideram seu governo ruim/péssimo saltou de 24% para 44%, entre dezembro do ano passado e este mês. O número dos entrevistados que acham a administração regular permaneceu estável em 33%. O Datafolha ouviu 4 mil pessoas de 188 municípios entre os dias 3 e 5 deste mês.

De acordo com o instituto, essa é a pior avaliação de um presidente desde dezembro de 1999, quando Fernando Henrique Cardoso tinha 46% de rejeição (ruim/péssimo). Segundo o Datafolha, é a mais rápida deterioração da popularidade de um presidente desde o governo Fernando Collor de Mello, após o anúncio do confisco da poupança.

Após quatro anos de governo, Dilma obteve, de acordo com o Datafolha, a primeira "nota vermelha" de sua gestão: numa escala de zero a 10, seu governo agora tem 4,8.

O Datafolha perguntou a opinião dos entrevistados sobre o grau de conhecimento da presidente sobre os desvios na Petrobras, e 77% deles disseram crer que Dilma sabia da corrupção na estatal. Para 52% dos entrevistados, ela não só sabia como não agiu. Outros 25% disseram que ela nada pôde fazer, mesmo sabendo.

Para 47% dos entrevistados, a presidente é "desonesta". Outros 54% disseram que ela é "falsa" e 50%, "indecisa".

O levantamento revela ainda que, para 60% dos eleitores, Dilma mentiu na campanha – 46% acreditam que ela mais mentiu do que disse verdades e 14%, que ela só mentiu.

Repercussão

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas últimas eleições presidenciais, disse que a queda na popularidade da presidente Dilma é um reflexo das "mentiras sucessivas" que lançou durante a campanha que a reconduziu ao governo.

Procurado pela reportagem, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) não quis comentar o resultado da pesquisa. O Palácio do Planalto também não se manifestou.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), uma queda na popularidade da presidente era esperada pelo partido depois de uma campanha eleitoral "sórdida", em que a presidente Dilma foi muito "exposta" e "duramente agredida" pelos adversários.

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