A ameaça do governador Roberto Requião (PMDB) de não atender aos pedidos de verbas dos aliados e de expulsar do partido os deputados que votarem contra a proposta de reajuste salarial de 6% do funcionalismo público estadual pode surtir efeito pelo menos dentro do próprio PMDB.
O deputado estadual Mauro Moraes (PMDB) disse que recebeu ontem comunicado oficial do partido de que será expulso e pode até perder o mandato se não votar de acordo com a orientação da direção do partido.
O PMDB fechou questão a favor do projeto de reajuste e os 17 deputados da bancada estão proibidos de defender qualquer alteração. Mauro Moraes apresentou emendas ampliando de 6% para 21% o aumento para os policiais civis e militares, professores e polícia técnica. O deputado diz que vai consultar sua base eleitoral para decidir se retira ou insiste na votação das emendas. "Querem me acorrentar, ou obedeço ao partido ou perco o mandato. Isso é imposição, ditadura pura", criticou.
Outros aliados do governo afirmam que não vão retirar as emendas ao projeto. A bancada do PT fechou questão e apresentou 5 emendas, uma delas autorizando o reajuste de 15% para o funcionalismo se o governo tiver caixa. A oposição propôs outras 7 emendas, entre elas uma que concede aos servidores do estado o mesmo aumento de 15% que o governador aplicou ao salário mínimo regional, pago pela iniciativa privada.
As emendas serão discutidas na reunião da Comissão de Constituição e Justiça na terça-feira.



