
Campo Mourão - Um dia depois de ter determinado a cassação de Nelson Tureck (PMDB), prefeito de Campo Mourão (Região Centro-Noroeste do Paraná), o juiz James de Hamilton Oliveira Macedo resolveu anular os efeitos de sua própria decisão. Em liminar expedida ontem, Macedo reconduziu Tureck ao cargo até que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) julgue os recursos de defesa do prefeito.
Com a decisão, deixa de valer a determinação dada pela Justiça para que o presidente da Câmara de Vereadores, Eraldo Teodoro de Oliveira (PMDB), desse posse ao empresário Tauillo Tezelli (PPS), candidato a prefeito que recebeu a segunda maior votação no pleito de 2008. "Como nem o prefeito e nem o presidente da Câmara Municipal foram notificados, Tureck segue normalmente no cargo", explicou o advogado de defesa do prefeito, Cézar Augusto Ferreira.
A Justiça Eleitoral de Campo Mourão havia cassado o mandato de Tureck e de sua vice por abuso do poder econômico e uso da máquina pública durante a campanha de 2008. De acordo com a sentença de Macedo, Turecklevou vantagem sobre o adversário ao realizar e participar da inauguração de um abatedouro de aves (Frangobrás) na época, "fazendo-se dela evento político eleitoral, com potencialidade de desequilíbrio na disputa eleitoral". No entender do juiz, a lisura da eleição em Campo Mourão foi maculada por causa da sugestão e perspectiva popular de milhares de empregos. Tureck , que está em Curitiba desde segunda-feira, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações.
Sem prefeito
Entre as tardes de terça-feira e quarta-feira, Campo Mourão ficou sem prefeito. Isso porque a Justiça Eleitoral não conseguiu localizar nem o presidente, nem o primeiro vice-presidente, nem o segundo vice-presidente da Câmara Municipal da cidade para notificar algum deles da decisão do juiz que determinou que fosse dada posse imediata ao segundo colocado no pleito.
De acordo com uma funcionária da Câmara de Vereadores, o presidente da Casa, Eraldo Teodoro de Oliveira, estaria em Foz do Iguaçu. Na falta de Oliveira, o primeiro vice-presidente do Legislativo, Ademir Franco "Pezão" de Lima (PSL), deveria ser notificado. Mas a informação recebida pelo Fórum Eleitoral foi a de que ele também estaria Foz do Iguaçu participando de um curso. O segundo vice-presidente, Beto Voidelo (PPS), também não foi encontrado.
Colaborou Marcus Ayres, do Jornal de Maringá



