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Colombo

Prefeito se contradiz ao ser questionado sobre preços da merenda escolar

Diante das câmeras da RPC TV, José Antônio Camargo mudou de versão sobre o alto valor pago pelos alimentos comprados pela prefeitura

O prefeito de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, José Antônio Camargo, teve dificuldade para explicar os preços pagos pelo município para os alimentos da merenda escolar. Procurado pela equipe de reportagem do programa Revista RPC, da RPC TV, Camargo mudou de versão sobre os valores ao ser confrontado com evidências de informações de uma nota fiscal, em determinado momento, ele mudou a explicação que havia dado diante das câmeras.

Notas fiscais exibidas pela Revista RPC mostram os valores pagos à empresa Verdurama, de São Paulo, que venceu uma licitação e fornece a merenda na cidade. Todos os alimentos são comprados no atacado, mas, mesmo assim, os preços são bem mais altos que os encontrados no varejo. O óleo de soja, por exemplo, é comprado a R$ 3,36 cada, enquanto em um supermercado de Curitiba é possível encontrar o mesmo óleo por R$ 2,99. Pelo litro de leite integral, a prefeitura pagou R$ 2,31. No varejo, sai por R$ 1,79.

A maior diferença, segundo a Revista RPC, está no feijão. Nota fiscal com data do mês de setembro mostra que a prefeitura comprou 119 quilos de feijão, pagando R$ 6 por quilo. Sem saber quem comprou ou vendeu, o gerente de um supermercado de Curitiba visitado pela equipe de reportagem estranhou o valor. "Para se comprar em um volume deste, de um atacadista, e pagar tão caro, acho que tem que rever e pesquisar", disse o gerente Antônio Carlos Costa.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que pesquisa o preço da cesta básica em todo o país, o feijão custou bem menos no mês de setembro. Em Porto Alegre, o preço médio do produto foi de R$ 3,83. No Rio de Janeiro podia ser encontrado por R$ 3,99. Em Curitiba o quilo do feijão custava, em média, R$ 4,25.

Procurado pela reportagem da Revista RPC, o prefeito tentou explicar a compra, mas acabou mudando a versão diante das câmeras. Primeiro, disse que não apenas o feijão, mas toda a merenda tem um acréscimo de 20% no preço, pago para que a empresa Verdurama transporte, armazene e distribua o alimento e ainda treine as merendeiras. "Se fosse só para eu comprar um quilo do feijão para levar para minha casa, eu gostaria de pagar menos", disse, ao ser questionado sobre o alto custo. "Mas a empresa vencedora da licitação, além de fornecer o produto, não só o feijão, também tem que fazer a logística, o armazenamento e a distribuição em mais de 140 pontos no nosso município", explicou.

Durante a entrevista, entretanto, notas fiscais apresentadas pelo próprio prefeito e por assessores revelaram que os serviços eram pagos de forma separada. "Na verdade, revendo os empenhos e notas, percebemos que há uma nota de prestação de serviços que inclui os 20% do valor da mercadoria", disse Camargo, após as notas serem apresentadas. O prefeito, então, mudou a justificativa. "[O preço do feijão] pode até estar caro neste momento, mas no montante geral da compra feita para o atendimento da merenda do nosso município ele não influenciou tanto", explicou. "É possível que poderíamos estar pagando menos".

Em nota, a Verdurama afirmou que os preços cobrados pelos produtos estão de acordo com o edital elaborado pela prefeitura. Em sintonia com a primeira resposta do prefeito, a empresa também afirmou que os preços trazem embutidos o transporte, a distribuição e o treinamento das merendeiras, versão que corrigida pelo próprio prefeito.

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