
O cargo é de prefeito, mas o salário é de governador. Dos mais ricos aos mais pobres, essa é a realidade em diversos municípios brasileiros. No interior paulista, o prefeito de Guaíra, Sergio de Mello (PT), recebe R$ 25 mil por mês, R$ 900 a mais do que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) R$ 24.117.
A 162 quilômetros de Florianópolis, Pomerode, uma típica cidade de interior e de tradição alemã, paga ao chefe do executivo, Rolf Nicolodelli (PMDB), R$ 18 mil. É o mesmo valor que Lagoa Grande, no sertão de Pernambuco, aprovou como salário para o prefeito Dhoni Robson (PSB). Todos eles, apesar de administrarem cidades de pequeno porte, ganham mais do que os governadores do Ceará (R$ 14.895) e Piauí (R$ 13 mil).
Entre a capitais, Curitiba é a que paga o maior salário ao prefeito. Gustavo Fruet (PDT) recebe R$ 26,7 mil por mês, o mesmo que o governador do estado, Beto Richa (PSDB), e a presidente Dilma Rousseff. Segundo a assessoria da prefeitura, no entanto, 30% desse valor é doado a uma instituição de caridade.
Distorções
As distorções são resultado da falta de parâmetros para a fixação dos subsídios de acordo com o tamanho dos municípios e da população. A única regra existente hoje é que o salário do prefeito não pode superar o teto constitucional federal, de R$ 28 mil, pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Portanto, um salário de prefeito maior que o do governador do estado, embora seja no mínimo inusitado, não é ilegal.
De maneira geral, a cidade também tem que respeitar o limite imposto por lei para as despesas com pessoal. Se esses requisitos forem cumpridos, nada impede que prefeitos de municípios pequenos ganhem mais do que aqueles eleitos para cidades grandes.



