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Operação Naufrágio

Presidente do TJ do Espírito Santo é preso

Desembargador Elpídio Duque,  preso com uma grande quantia de dinheiro na sua casa, é levado para a sede da PF | Ricardo Medeiros/Jornal A Gazeta/AE
Desembargador Elpídio Duque, preso com uma grande quantia de dinheiro na sua casa, é levado para a sede da PF (Foto: Ricardo Medeiros/Jornal A Gazeta/AE)

Ao prender ontem o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), desembargador Frederico Guilherme Pimentel, a Polícia Federal desbaratou, em Vitória, uma quadrilha que, segundo os investigadores, negociava decisões judiciais. Também foram presos os desembargadores Josenider Varejão Tavares e Elpídio José Duque. Na casa deste último, a PF apreendeu R$ 500 mil em dinheiro. O filho do presidente do Tribunal, Frederico Luís Schaider Pimentel, que é juiz do município de Cariacica (Grande Vitória), também foi preso. A cunhada dele, Bárbara Pignaton Sarcinelli, diretora de Registro do tribunal, e o advogado Paulo Duque também foram detidos sob a acusação de envolvimento no esquema.

O sétimo mandado de prisão foi cumprido contra outro advogado, Pedro Celso Pereira. A oitava prisão ocorrida ontem em Vitória foi do procurador de Justiça Eliezer Siqueira de Souza, por flagrante de porte de arma de uso privativo das Forças Armadas. Na casa dele, foram localizadas outras armas, que foram todas recolhidas.

Pimentel receberia ontem uma medalha da Associação do Ministério Público do Estado do Espírito Santo por serviços prestados contra a corrupção. O desembargador só não pode receber a homenagem porque foi preso de manhã.

Batizada de Operação Naufrágio, a ação foi coordenada pela PF de Brasília. A investigação começou logo após a Operação Titanic, que, em abril deste ano, desmontou um esquema de fraudes em importações de veículos que envolvia os crimes de falsidade ideológica, evasão de divisas, sonegação fiscal, tráfico de influência e quadrilha.

Além dos mandados de prisão, a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou 24 ações de busca e apreensão. Um dos locais visitados pelos agentes federais foi a residência do desembargador Elpídio Duque, em Vitória, onde a quantidade de dinheiro encontrada foi tamanha que os policiais federais precisaram requisitar ao Banco do Brasil uma máquina para a contagem das cédulas.

Foram feitas também diversas buscas em gabinetes do Tribunal. No final da tarde, todos os presos foram enviados para Brasília.

Nepotismo

A família do desembargador Pimentel é cercada há muito tempo de acusações de nepotismo. Três filhas dele trabalham no tribunal, duas delas como escriturárias. O filho dele, conhecido como Fred, entrou para a magistratura capixaba há dois anos, mas o concurso foi cercado de suspeitas. A mulher dele, Larissa Pignaton Sarcinelli Pimentel, nora do presidente do TJ, também é juíza. O MPF e a PF chegaram a pedir a prisão dela, que só não foi concedida porque ela teve um filho recentemente.

Bárbara, irmã de Larissa que foi presa, também se tornou funcionária num concurso recente, muito controverso justamente pelo grande número de parentes de desembargadores aprovados.

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