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Presos elogiam rotina em Pinhais

Acusado de ser o operador do PMDB no esquema, Fernando “Baiano” afirma que convivência com companheiros de pavilhão é boa

Ao todo, 13 presos da Lava Jato estão no Complexo Médico-Penal de Pinhais. | Heuler Andrey/Metro Curitiba
Ao todo, 13 presos da Lava Jato estão no Complexo Médico-Penal de Pinhais. (Foto: Heuler Andrey/Metro Curitiba)

Os 13 presos da operação Lava Jato que estavam dentro das instalações do Complexo Médico-Penal de Pinhais na tarde desta quinta-feira (23) responderam de modo diferente a uma vistoria da Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, da qual a Gazeta do Povo participou.

Enquanto alguns personagens envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, como Renato Duque, ficaram em suas camas deitados ou sentados, envoltos num ar de melancolia e sem relatar como é a vida dentro da prisão, outros foram abertos e contaram sobre a rotina de isolamento.

Por volta das 16 horas, Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, aguardava em sua cela pelo jantar enquanto zapeava por canais de televisão. Seu companheiro atual de acomodação “não era da Lava Jato” e tinha saído para falar com o advogado.

A tevê sintonizava muito mal, com imagens sem nitidez. “Minha antena não está pegando bem. Não passa nada bom aqui”, diz. A seguir, Baiano muda de ideia e deixa o aparelho ligado em um programa policial. Duas horas mais tarde, começaria a ser servida a última das três refeições do dia: um empanado de frango com polenta, arroz, feijão e couve.

Com expressão alegre e um sorriso simpático, Baiano afirma que a alimentação distribuída na carceragem da Polícia Federal (PF) de Curitiba é melhor do que a que a recebida no Complexo Médico-Penal de Pinhais. “Mas este é um presídio mesmo, com muito mais gente”, ponderou.

Inocência

Na contagem de quinta-feira, cerca de 700 presos estavam no complexo − 90 deles na ala destinada a detentos com curso superior, onde foram colocados os envolvidos na Lava Jato. O pavimento fica atrás do setor reservado às mulheres, dividido por um longo corredor em que a luminosidade é baixa.

Segundo Baiano, a convivência com os companheiros no local é boa. “Desde que cheguei, o maior medo foi um início de rebelião em outra galeria”, disse. O problema que mais ameaça são as duchas frias. “Eu sou novo e consigo aguentar um pouco mais, mas os mais velhos realmente sofrem muito.”

Perguntado sobre o processo que o aponta como operador de propina para o PMDB, Baiano diminui o tom de voz e afirma que faltam provas contra ele. “Dizem que eu mantinha contas no exterior, mas já faz cinco meses que estou preso e até agora não provaram nada. Estou confiante na minha defesa e espero sair logo”, declarou.

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