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Os cincos presos na Operação Selo , da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, foram soltos na madrugada desta terça-feira, segundo informou a PF. Na noite desta segunda-feira, o juiz Ricardo Soares Augusto Leite, da 10ª Vara Federal, rejeitou o pedido de prorrogação da prisão de três dos cincos presos. Para o juiz, não há razão para a manutenção da prisão temporária dos cinco acusados de fraudar licitações dos Correios. Foram soltos o lobista Arthur Wascheck, o empresário Marco Antônio Bulhões, o servidor dos Correios Sérgio Dias Franco, Luiz Carlos de Oliveira Garritano e Antônio Félix Teixeira. A decisão do juiz irritou policiais federais e procuradores da República que estão à frente das investigações.

- Nos próximos dias a polícia iria tentar localizar endereços e pedir novas buscas. Esse trabalho está prejudicado com a volta dessas pessoas às ruas - afirmou na segunda-feira um policial, que está acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Selo.

Nesta segunda-feira, o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, informou que até o momento não recebeu cópias do inqúerito da Operação Selo. Sem as informações, Custódio disse que não é possível decidir se abre ou não investigação contra os três funcionários da empresa que teriam envolvimento com o esquema de fraudes nas licitações. Entre os três, está o diretor de operações, Carlos Roberto Samartine Dias, afastado do cargo na sexta-feira.

Custódio voltou a afirmar que desconhece qualquer indício de irregularidade na estatal e se queixou das declarações do procurador Bruno Acioly e do delegado da Polícia Federal Daniel França. Acioly comparou a corrupção nos Correios a um câncer e França disse que o grupo atuava como uma quadrilha que briga por pontos do tráfico nos morros.

- Pode haver uma ou outra pessoa envolvida, mas não tem quadrilha, não tem câncer nos Correios. Estou muito chateado com essas comparações - disse Custódio.Lobista preso pela Operação Selo se nega a responder interrogatório

O lobista Arthur Waschek Neto, um dos pivôs do escândalo do mensalão, prestou depoimento na tarde deste domingo e se recusou a responder as perguntas formuladas pelo delegado Daniel França e pelo procurador da República Bruno Acioly.

- A polícia esconde as informações dos advogados e nós escondemos as informações deles - afirmou o advogado de Waschek, Cléber Lopes de Oliveira, ao explicar porque o cliente não quis se manifestar.

De acordo com Bruno Acioly, o prejuízo aos cofres públicos está na casa de "dezenas de milhões de reais". O advogado do lobista nega que Waschek tenha cometido irregularidades.

Segundo ele, as denúncias contra seu cliente partiram inicialmente do ex-chefe do Departamento de Compras dos Correios Maurício Marinho, desafeto de Waschek. Em 2005, o lobista contratou dois arapongas para gravar Marinho sendo subornado, vídeo que acabou desencadeando o escândalo do mensalão.

- Ele nega peremptoriamente todas essas acusações - disse Oliveira.Waschek frauda licitações desde a década de 90, diz procurador

Na semana passada, Bruno Acioly informou que o lobista é investigado por fraudes em licitações do serviço público desde o escândalo da compra das bicicletas, no início do governo Collor, na década de 90. O procurador disse que considera um absurdo que Waschek tenha permanecido solto nos últimos anos.

- Waschek é o subproduto da impunidade que impera neste país - queixou-se o procurador.

Segundo as investigações, Waschek obtinha informações privilegiadas e direcionava contratos milionários com a ajuda de funcionários da estatal. Pelo menos 20 empresas fornecedoras de serviços e produtos estão sob investigação.

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