Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Carro de som

Prestação de contas da campanha de Sarney no Amapá está sob suspeita

Foram apresentadas notas fiscais no valor de R$ 174 mil de empresa de São Luís, mas o dono diz não ter trabalhado para o senador

Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do então candidato José Sarney (PMDB-AP) ao Senado, em 2006, três notas, que somam R$ 174.660, estão entre aqueles documentos cuja prestação de serviço é questionável. O trabalho executado, de acordo com dados disponíveis no site do TSE, teria sido "publicidade por carro de som".

Acontece que a empresa que teria sido contratada fica em São Luís, distante 1.776 km do Amapá, por onde o senador se reelegeu. A Job Eventos e Locação, cujo nome comercial é Marazul Produções, funciona no mesmo endereço que uma distribuidora de medicamentos e de uma empresa de pesquisas eleitorais, na rodovia BR 135, no Km 5. Seu proprietário, Carlos Cavalcanti, que conversou com o jornal O Globo nesta quinta-feira (23), negou que tenha trabalhado para a campanha de Sarney ao Senado. A empresa constrói trios elétricos e aluga, inclusive, palcos. "Trabalhei para a Roseana" disse, referindo-se à campanha da filha do senador, Roseana Sarney, que, em 2006, disputou - e perdeu - o governo do Maranhão.

Na prestação de contas de Roseana - que assumiu o governo com a cassação de Jackson Lago (PDT), acusado de compra de votos - há cinco notas da Job Eventos, de publicidade por meio de carros de som. Ela gastou R$ 520 mil nesse tipo de propaganda. No total, segundo o TSE, a campanha de Roseana custou R$ 6,935 milhões. Cavalcanti disse que a candidata alugou carros pequenos, caminhonetes. O jornal perguntou de novo se ele prestara serviços à campanha de Sarney. E a resposta, pela segunda vez, foi: "Não, não prestei. Certeza!".

Diante da informação de que havia três notas dele na prestação de contas do senador, Cavalcanti disse: "Não trabalhei com ele. Tratei tudo com o pessoal da Roseana", disse. Mas, diante de mais uma pergunta, voltou atrás: "Acho que mandamos uns dois carros para lá", completou.

A campanha de Sarney custou, segundo declarou ao TSE, R$ 1,697 milhão. O jornal O Globo procurou falar com o senador, mas sua assessoria informou que ele estava se aprontando para viajar para São Paulo para acompanhar sua mulher, dona Marly, que havia sofrido uma queda.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.