Um dos primos do governador Beto Richa (PSDB), Luiz Abi, foi preso preventivamente nesta segunda-feira (16) por determinação da 3.ª Vara Criminal de Londrina. Ele estava num hotel em Curitiba quando recebeu voz de prisão. Abi é suspeito de participar da fraude de uma licitação de R$ 1,5 milhão para o conserto de carros do governo do estado.
CAIXA ZERO: Por que o primo do governador sumiu da foto?
A empresa Providence foi contratada emergencialmente em dezembro do ano passado para prestar o serviço. “Existe suspeita de superfaturamento, mas não tem nada apurado ainda”, declarou o promotor Cláudio Esteves, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual (MP). A suspeita é de que a oficina superfaturava os serviços, possivelmente cobrando a mais pelo preço das peças usadas nos veículos.
Embora tenha sido preso em Curitiba, Abi seria transferido ainda nesta segunda para Londrina, escoltado por policiais.
O governo do Paraná emitiu nota à reportagem da RPC informando que Luiz Abi não tem cargo no Executivo estadual. Segundo o texto, ele é “parente distante” do governador Beto Richa.
Além da Providence Auto Center, empresa que ganhou a licitação para consertar carros do governo, o Gaeco também investiga no mesmo caso a empresa KLM Equipamentos Eletrônicos, que teve um representante preso nesta segunda-feira.
A Providence e a KLM são vizinhas. Ambas têm endereço em Cambé, na Rua Rolândia.
O caso das supostas irregularidades na licitação que resultou na contratação emergencial da Providence Auto Center por R$ 1,5 milhão é a terceira linha de investigação do Ministério Público de Londrina que tem como objeto pessoas ou contratos ligados ao governo do estado.
A primeira linha é a investigação sobre facilitação à prostituição de adolescentes, que atingiu o ex-assessor da governadoria Marcelo “Tchello” Caramori, que trabalhava em Londrina. Também estão envolvidos ex-delegados, auditores e fiscais da Delegacia da Receita Estadual de Londrina. O caso estourou em janeiro, quando o auditor Luiz Antônio de Souza foi preso num motel com uma adolescente.
A segunda linha de investigação tem relação com a evolução patrimonial de alguns dos fiscais e auditores da Receita presos no caso do crime sexual. A suspeita é de que havia um esquema de cobrança de propina para facilitar a quitação de dívidas de empresários com o Fisco.



