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Exame toxicológico

O Instituto Médico Legal (IML) deve divulgar na semana que vem o resultado do exame toxicológico do sangue do deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho. A análise deve responder se Carli Filho estava sob efeito de outras substâncias tóxicas além de álcool, que foi comprovado em exame anterior - o deputado estava com 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. Para o Código Brasileiro de Trânsito (artigo 306), a apresentação de dosagem acima de 6 decigramas já é considerada crime, e o nível tolerado é de 2 decigramas.

Geralmente, o teste leva até 30 dias para estar pronto. Mas como esse caso teve bastante repercussão, em dez ou 15 dias os resultados devem ser divulgados. A amostra foi entregue no dia 15 deste mês ao IML.

O exame toxicológico trabalha com prova e contra-prova com diversos reagentes. Ou seja, várias substâncias são testadas uma a uma para a averiguação. O exame pode detectar drogas consumidas de 48 a 72 horas antes da coleta do material - o tempo varia conforme a substância tóxica.

O médico-legista chefe do IML, Carlos Alberto Peixoto Baptista, ressalta que se há um uso habitual de certas substâncias existe a possibilidade do sangue ter resíduos permanentes, mesmo se o exame se deu mais de 72 horas depois do uso.

O processo de cassação do deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho (PSB) não tem vício de origem, segundo o presidente da Assembleia Legislativa Nelson Justus (DEM) afirmou nesta terça-feira (19). Alguns meios de comunicação veicularam que a averiguação da possível quebra de decoro só teria validade se partisse da Mesa Diretora ou de um partido político. O pedido foi feito pelo advogado da família de uma das duas vítimas fatais do acidente no qual o deputado esteve envolvido no dia 7 deste mês.

Por meio de nota publicada no site da Assembleia, Justus disse que o processo foi instaurado normalmente com um documento protocolado pelo advogado Elias Mattar Assad, que representa a família de Gilmar Yared. O trâmite se inicia na corregedoria da Casa e deve ganhar o apoio da Mesa Executiva para prosseguir.

"O processo está sendo feito com muita prudência para não incorrermos em nenhum vício de origem. As partes envolvidas não têm nenhuma participação, exclusivamente a Assembleia, ou seja, o advogado não poderá se manifestar, pois é um processo interno", relata Justus, por meio da nota.

A corregedoria tem à frente o deputado Luiz Accorsi (PSDB), que já teria iniciado a análise. Ele tem 30 dias para entregar o relatório à Mesa Executiva da Casa. O deputado Carli Filho tem 10 dias para se defender.

Depois, o parecer da corregedoria é encaminhado à Mesa, que por sua vez decide a favor ou contra. Em caso favorável, o processo vai ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presidido pelo deputado Pedro Ivo (PT), que terá mais 30 dias para apresentar o relatório, sendo submetido à votação plenária. A perda do mandato é finalmente decidida por maioria absoluta de votos do plenário.

Acidente

A colisão aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski na madrugada do dia 7. O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros. Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no local.

Reportagem da Gazeta do Povo revelou que Carli Filho estava com a carteira de motorista cassada no momento da ocorrência, em razão do excesso de multas – a maioria por excesso de velocidade. A família Yared pediu a cassação do mandato do deputado.

Os pais do parlamentar defenderam que ele seja punido se for provada a sua responsabilidade no acidente. "Nós não vamos pôr a mão na cabeça. Se ficar provado que ele é culpado, ele vai ter que pagar pelo que fez", afirmou a mãe de Carli Filho, Ana Rita Carli, em entrevista ao Fantástico, transmitida no domingo (17).

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