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Decisão do STF sobre mensalão é notícia no mundo

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O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse que trabalhará agora para reforçar as provas contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na terça-feira (28), após cinco sessões e mais de 30 horas de debates, abrir processo contra todos os 40 denunciados pelo procurador-geral. Enquanto isso, os advogados dos réus têm pressa e prometem não retardar o andamento do processo, na esperança de seus clientes serem absolvidos por falta de provas.

"A preocupação do Ministério Público é reforçar os dados probatórios que já constam dos autos relativamente a tudo que foi afirmado", disse o procurador-geral, ao ser indagado se achava possível provar a existência do mensalão. O procurador-geral não arriscou prognóstico quanto à duração do processo, em que serão ouvidos os 40 réus e as testemunhas de defesa e as de acusação.

Ele considerou positiva, porém, a decisão dos ministros - tomada ao final do julgamento - de que possíveis recursos contra a aceitação da denúncia não atrasarão o envio das chamadas cartas de ordem, espécie de notificação dos réus para que prestem depoimento a juízes de primeira instância, nos estados.

"Isso daí é um exercício de futurologia, mas já se percebe, pela decisão final tomada hoje, que todo o tribunal está preocupado em agilizar, dentro, evidentemente, dos limites legais, o julgamento deste processo".

Advogados prometem não recorrer a embargos para retardar processo

A exemplo de outros advogados de políticos transformados em réus pelo STF, o representante do ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP), José Luís de Oliveira Lima, prometeu não recorrer a embargos para retardar o andamento do processo. Como o desgaste desta fase já está consumado, Dirceu agora torce por um julgamento rápido, na esperança de ser absolvido por falta de provas.

O advogado do deputado José Genoino (PT-SP), Luiz Fernando Pacheco, declarou-se convencido da "total falta de provas" contra o cliente. Pacheco disse que tem pressa no andamento da ação penal para provar a inocência de seu cliente. Ele afirmou que não apresentará recurso com o intuito de retardar o julgamento de mérito. Segundo ele, é de se esperar que os políticos, agora transformados em réus, queiram acelerar a tramitação, diferentemente dos não-políticos, que teriam interesse em adiar o caso, até mesmo buscando a prescrição dos crimes.

"A nós interessa que tudo se esclareça no menor lapso de tempo possível. Não estou pesando, eu , em eleição, mas sim que a Justiça seja feita no menor prazo possível", disse Pacheco, ao deixar o Supremo, após o tribunal aceitar a denúncia por formação de quadrilha contra o ex-presidente nacional do PT.

O advogado Gustavo Badaró, responsável pela defesa do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira -que escapou das denúncias por peculato e corrupção ativa, mas acabou virando réu sob a acusação de formação de quadrilha - é outro que não tentará retardar a ação penal. "Neste momento, seria estratégia inútil, ineficaz".

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