Suspeito de chefiar um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público na região metropolitana de Porto Alegre, o deputado federal e ex-ministro dos Transportes (1997-2001) Eliseu Padilha (PMDB-RS) pode ter o seu sigilo bancário quebrado. O pedido de quebra de sigilo foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que considerou relevantes os indícios do envolvimento do deputado com as irregularidades.
Padilha é secretário-geral do PMDB gaúcho e um dos caciques nacionais do partido. O pedido é extensivo ao deputado federal José Otávio Germano (PP-RS), também suspeito de envolvimento no esquema, desmantelado em agosto pela Operação Solidária, da Polícia Federal. Pelos cálculos da polícia, pelo menos R$ 5 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos.
Padilha nega as suspeitas levantadas pela PF e diz que não vai comentar o pedido do Ministério Público, alegando que o processo está sob segredo de Justiça. Seu advogado, Eduardo Ferrão, considerou "normal" a quebra de sigilo e lembrou que o cliente já havia colocado à disposição do Judiciário todos os seus dados financeiros. A defesa quer a anulação do inquérito sob a alegação de que Padilha foi alvo de escutas e espionagem ilegais. O deputado Germano também negou a acusação.



