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Procuradora decreta sigilo em investigação contra Lula

Investigação apura se o ex-presidente ajudou empreiteira investigada na Lava Jato a conseguir obras no exterior, algumas delas bancadas pelo BNDES

Lula, ex-presidente. | PAULO WHITAKER/REUTERS
Lula, ex-presidente. (Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS)

A procuradora da República Mirella Aguiar decretou na tarde desta sexta-feira (17) o sigilo da investigação que apura se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico de influência para beneficiar a empreiteira Odebrecht com obras no exterior. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF), onde Mirella trabalha, o objetivo é preservar a confidencialidade de parte das informações repassadas por empresas e órgãos públicos envolvidos no caso.

Durante a investigação, a procuradora solicitou informações a vários órgãos, entre eles o Instituto Lula, a Odebrecht, o Itamaraty e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Alguns desses dados têm natureza confidencial, incluindo informações repassadas pelo BNDES e pelo Itamaraty. Por causa disso, houve a necessidade de decretar o sigilo para toda a investigação.

No último dia 8 de julho, a investigação preliminar aberta contra Lula avançou, sendo convertida em procedimento investigatório criminal (PIC). Ainda não há ação na Justiça. Com a instauração do PIC, é possível recorrer a procedimentos comuns numa investigação, como a quebra de sigilo.

Em abril, o Globo revelou que o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, levou o ex-presidente Lula em um périplo por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013. A viagem foi paga pela construtora e, oficialmente, não tinha relação com atividades da empresa nesses países. Investigado na Operação Lava Jato, que apura principalmente corrupção em contratos na Petrobras, Alexandrino foi preso em 19 de junho.

A suspeita é que Lula possa ter atuado junto ao BNDES e a agentes públicos estrangeiros para que a empreiteira conseguisse contratos no exterior. Na quinta-feira, tanto o Instituto Lula como a Odebrecht negaram irregularidades. Em 15 de maio, em resposta à PR-DF, os advogados de Lula chegaram a pedir a extinção do procedimento, alegando a ausência de elementos que o fundamentassem.

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